Foi condenada a 20 anos de prisão a última acusada pelo assassinato da universitária Louise Sayuri Maeda. Os jurados entenderam que Fabiana Perpétua de Oliveira, de 23 anos, cometeu o crime de homicídio, mas ela foi absolvida da condenação de ocultação de cadáver. A ré já estava presa preventivamente e vai continuar detida até completar a pena imposta. O tempo que passou na prisão, cerca de três anos, será descontado do tempo total da sentença.
As informações foram repassadas pelo assistente de acusação Gianfranco Petruzziello. Ele criticou a maneira como a defesa de Fabiana agiu, porque levou nova versão sobre os acontecimentos diferente da fornecida por outros acusados. "Foi positivo, [pois] foi até mais [severo] do que a gente esperava, mas ficou de bom tamanho. Vamos aguardar se defesa vai recorrer ou não. O que surpreendeu foi que a defesa trouxe a quinta versão diferente sobre os acontecimentos, mas os jurados entenderam que ela cometeu o crime de homicídio."
O advogado de defesa, Juliano Flenik, negou que a defesa tenha apresentado uma afirmação diferente durante o julgamento. "As teorias desde o início são as mesmas", afirmou. Ele afirma que a defesa se baseou em quatro pilares durante o julgamento: negativa de autoria, desclassificação, inexistência de comportamento típico e participação de menor potencial.
Flenik afirmou que a defesa vai recorrer da decisão em relação ao tempo de reclusão de Fabiana. "A defesa percebeu um extrapolamento da dosimetria da pena estabelecida", disse o advogado. "Ela foi inocentada de um dos crimes [ocultação de cadáver] e mesmo assim teve uma pena maior que a ré que foi condenada pelos dois crimes", argumenta Flenik.
Condenados
Outros dois envolvidos na morte de Maeda, em 2011, já foram condenados. O primeiro julgamento levou Márcia Nascimento a 19 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver. Em fevereiro deste ano, o réu Élvis de Souzafoi condenado a 21 anos, também pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Fabiana e a outra mulher já condenada eram companheiras de trabalho de Louise. As três trabalhavam em uma iogurteria de um shopping de Curitiba. Élvis de Souza era namorado de Márcia na época do crime. A bolsa que Louise carregava na noite do assassinato foi encontrada na casa do pai de Élvis durante as buscas realizadas por policiais.
Relembre o caso
Louise desapareceu em 31 de maio após sair do trabalho. O corpo foi encontrado no dia 17 de junho de 2011 em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. Márcia e Fabiana foram detidas na madrugada seguinte à confirmação da morte da universitária. Élvis se entregou à polícia somente no dia 23 de junho, mesma data em que a família fez a cerimônia de despedida e que o corpo de Louise foi cremado. No dia 15 de julho de 2011, uma reconstituição dos fatos foi realizada pela polícia. O procedimento foi realizado com base no depoimento de cada um dos três acusados. No dia 6 de outubro de 2011, o processo foi desmembrado porque a defesa de uma das acusadas pediu um exame de sanidade mental.