Sergio Moro, juiz federal responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A bancada paranaense na Câmara dos Deputados, em Brasília, cogita indicar formalmente o nome do juiz federal Sergio Moro ao presidente Michel Temer (PMDB) para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) do ministro Teori Zavascki, morto em um acidente de avião na última quinta-feira (19). Os parlamentares devem se reunir na próxima semana em Brasília, após a eleição do presidente da Câmara, para discutir a questão.

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“Na bancada há uma opinião de alguns deputados que se posicionaram que seria um nome com maior qualidade para assumir como ministro do Supremo”, disse o coordenador da bancada, deputado Toninho Wandscheer (Pros).

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“É um paranaense , uma pessoa que tem condição, um juiz federal da mais alta qualidade profissional, tem feito um trabalho excelente na condução da Lava Jato”, justifica Wandscheer.

“Hoje o Moro não é um nome só do Paraná. É um nome nacional e internacional. E pelo que fez na Lava Jato mereceria sim ser indicado ao STF”, opina o deputado Luís Carlos Hauly (PSDB). O tucano também defendeu nas redes sociais a indicação do juiz paranaense.

Autor volta atrás

Curiosamente, porém, o autor da proposta disse que mudou de ideia. “Segundo a minha assessoria jurídica, se ele for indicado para o STF, não vão dar o assunto da Lava Jato para ele, aí me desanimou um pouquinho”, disse o deputado Takayama (PSC), que foi o primeiro a cogitar a indicação no grupo de WhatsApp da bancada paranaense.

Pela Constituição, o próximo ministro, indicado pelo presidente Michel Temer, deveria assumir os casos pendentes após a morte do ministro Teori Zavascki, como a Lava Jato. Uma brecha no regimento interno do STF, porém, permite que a presidente da Corte, Cármen Lúcia redistribua o caso entre os ministros que lá estão em situações excepcionais. Para evitar mais desgaste político, Temer já sinalizou que só fará a indicação quando o novo relator da Lava Jato for escolhido pela comandante do STF.

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“Se ele [Moro] for para o Supremo, o assunto sai da mão dele e a Lava Jato aqui [no Paraná] também sai da mão dele”, avalia Takayama. “Nesse caso, consultando a assessoria jurídica nós achamos melhor deixar ele para uma outra indicação. Agora seria uma espécie de presente de grego”, pondera o parlamentar.

Já o coordenador da bancada acredita que a indicação de Moro não traria prejuízos para a operação. “Acho que a Lava Jato já passou do ponto em que uma pessoa só tenha condição de continuar. A Lava Jato não tem mais condições de ser paralisada”, diz Wandscheer. “Se a bancada achar conveniente, vamos sim apresentar [a indicação] ao presidente”, completa.

Segundo Wandscheer, nenhum deputado conversou com Moro até o momento para saber se ele aceitaria a indicação para a vaga. “Estamos conversando nesse momento através do grupo [no WhatsApp]. Vamos sentar semana que vem em Brasília e vamos ver se a bancada toma a iniciativa ou não”, diz o coordenador da bancada paranaense.