O Conselho de Ética da Câmara de Curitiba nomeou, na manhã desta terça-feira (6), os vereadores que vão formar a comissão de inquérito que dará continuidade ao pedido de afastamento de João Cláudio Derosso (PSDB), presidente da Casa que é acusado de irregularidades em sua gestão. A comissão vai preparar uma resolução sobre o caso, que será remetida ao plenário para apreciação. O relatório deve ficar pronto em, no mínimo, 15 dias.

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Os vereadores que vão formar a comissão são Noêmia Rocha (PMDB), Pastor Valdemir Soares (PRB) e Zezinho do Sabará (PSB). A partir de agora, Derosso terá sete dias para apresentar sua defesa. Depois disso, os vereadores terão um prazo indefinido para novas apurações e, quando estas terminarem, eles têm mais sete dias para concluir a resolução.

A comissão não tem o poder de alterar a punição já votada anteriormente. Ela pode apenas definir se cabe ou não a punição proposta. Como todos os vereadores do Conselho já se manifestaram por punir Derosso de alguma forma, é improvável que o afastamento seja derrubado na comissão – embora o plenário possa reverter esse entendimento.

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Denúncia

A denúncia sobre o suposto jornal "fantasma" Câmara em Ação, com notícias sobre o Legislativo curitibano, feita pela vereadora Professora Josete (PT), foi acolhida pelo Conselho de Ética. O vereador Zezinho do Sabará será o relator do processo.

Segundo dados do portal de Controle Social, do Tribunal de Contas do Paraná (TC), a Câmara gastou R$ 14 milhões com a impressão de 50 edições do jornal Câmara em Ação. Entretanto, não foram encontradas até hoje cópias impressas do jornal – apenas arquivos em PDF, nos quais não consta a gráfica na qual o informativo teria sido impresso.

Outra comissão

O Conselho de Ética também nomeou uma comissão para investigar as denúncias de improbidade feitas contra a vereadora Professora Josete (PT). Ela foi denunciada por usar equipamento da Câmara para copiar material de denúncia contra De¬¬rosso. Os vereadores Noêmia Rocha, Zezinho do Sabará e Pastor Valdemir Soares serão os encarregados por este processo.

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Afastamento

O Conselho de Ética da Câmara de Curitiba aprovou, na segunda-feira (5), o relatório que pede o afastamento de João Cláudio Derosso por até 90 dias. Mas ele não perderá suas funções legislativas imediatamente. O afastamento ainda terá de passar por mais uma comissão e ser votado pelo plenário da Casa, composto por todos os 38 vereadores, para ser referendado ou derrubado.

Foram três votos pelo afastamento e dois pela cassação. O relatório, de autoria do vereador Jorge Yamawaki (PSDB), pedia a perda temporária do mandato. Yamawaki argumentou que Derosso omitiu detalhes de seu relacionamento com sua mulher, a jornalista Cláudia Queiroz Guedes, proprietária da Oficina Notícia, agência de publicidade que administrou R$ 5,1 milhões da Câmara entre 2006 e o início deste ano e que está envolvida em denúncias de irregularidades.

Yamawaki, Valdemir Soares (PRB) e Zezinho do Sabará (PSB) votaram pelo afastamento temporário de Derosso. A vereadora Noêmia Rocha (PMDB) apresentou um voto em separado que pedia a cassação de Derosso. A surpresa foi o voto de Francisco Garcez (PSDB), presidente do Conselho e integrante do mesmo partido que Derosso, que votou com Noêmia. Prevaleceu, porém, o afastamento.

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