Prefeitura e Polícia Militar criaram um plano de emergência na tentativa de convencer as empresas de ônibus a colocar os veículos na rua ainda na tarde desta quinta-feira. Os ataques do crime organizado continuaram na madrugada e 30 ônibus foram incendiados entre 18h30 e 3h30 desta quinta. Sem segurança, as viações seguraram os veículos na garagem e boa parte dos paulistanos não conseguiu ir trabalhar. Cada ônibus queimado significa prejuízo de R$ 120 mil. São 5,5 milhões de passageiros atendidos pelas viações e pelas vans diariamente. Apenas duas das 18 viações operaram no início da manhã, com frota reduzida. Só 15% dos ônibus estão na rua neste início de tarde.

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Policiais dentro de ônibus

O prefeito Gilberto Kassab, num encontro de emergência com o comandante da PM, coronel Elizeu Eclair, anunciou que policiais de elite serão colocados dentro de ônibus. O coronel informou que 20 corredores de ônibus terão policiamento ostensivo. Uma nova reunião operacional, com SPTrans, CET e PM, está sendo realizada. As empresas de ônibus foram convocadas para uma reunião às 15h. Até lá, o paulistano sem carro depende apenas de metrô, trens e vans e ainda não sabe se terá ônibus no fim do dia para voltar para casa.

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Rodízio suspenso

O rodízio de veículos foi suspenso. O congestionamento dobrou . Os ataques do crime organizado continuaram na madrugada. Pelo menos mais cinco agências bancárias foram atacadas. Mais um guarda municipal foi morto, durante ronda escolar em Cabreúva . Nesta quarta, uma criança de 2 anos ficou queimada num ataque incendiário a ônibus em São Vicente. Na Vila Madalena, zona oeste da capital, duas mulheres também se queimaram durante ataque incendiário a um ônibus. Os bandidos jogaram uma bomba no ônibus e atingiram carros que estavam perto.

Na avenida Cupecê, na zona sul, um carro invadiu de ré uma agência do Banco Itaú e os criminosos atearam fogo nele. A agência foi destruída e caixas eletrônicos derreteram.Um banco da Rua Itapeva, na região da Avenida Paulista, foi alvejado por tiros.

Pelo menos 80 ataques

Os ataques passam de 80 desde a madrugada de terça-feira. No fim da noite de quarta-feira o alvo foi o prédio da Câmara Municipal de Juquitiba, na região metropolitana. A explosão quebrou vidros, danificou móveis e o teto do hall de entrada do prédio.

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Em São Matheus, na zona leste, uma granada foi atirada num posto de gasolina. Por sorte, não explodiu e acabou sendo desativada pela polícia.

No Capão Redondo, na zona sul, tiros acertaram vidros da estação do metrô, mas não houve outros outros danos.

Em Santana do Parnaíba, uma ambulância da Prefeitura foi incendiada. Uma chamada de socorro foi feita e, quando a ambulância chegou ao local, bandidos atearam fogo.

Em Itaquaquecetuba, mais uma revenda de carros foi incendiada. Um posto de combustíveis da região foi alvejado por tiros. Bandidos também atiraram contra a unidade da Febem do Itaim Paulista.

Paralisação nos presídios

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O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do estado de São Paulo iniciou à meia-noite uma paralisação parcial de advertência nos 144 presídios da capital e do interior como protesto contra a falta de segurança.

Cinco pessoas foram presas suspeitas de participar dos ataques, além de dois adolescentes.

Vinte e sete cidades foram alvos de ataques. O último balanço da Secretaria de Segurança Pública, divulgado às 22h desta quarta, registra 73 ataques em todo o estado e seis mortes . As vítimas, pelos cálculos da secretária são: um policial militar, a irmã dele, três vigilantes de empresas privadas e um guarda civil, assassinado em Cabreúva, no interior do estado.

As mortes, porém, somam nove se forem incluídos outros três casos: um policial baleado que morreu nesta tarde num hospital da zona norte e o filho de um ex-carcereiro assassinado em São Vicente. Os casos estão sendo tratados como assaltos pela polícia, mas a possibilidade de ligação com os ataques será investigada. No início da noite, um agente de presídio morreu em Campinas.

A maioria dos alvos atingidos são civis - 41 ônibus, 15 bancos , 2 supermercados, 6 revendas de carro e uma loja, segundo balanço da SSP. Mais de 24 automóveis foram destruídos. Ao todo, os alvos civis foram 54. No total, 27 cidades paulistas sofreram com os ataques .

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Os dois civis mortos são: Rita de Cássia Lorenzi, de 39 anos, assassinada com um tiro na cabeça. Ela foi morta ao aparecer na janela quando seu irmão, o policial militar Odair José Lorenzoni, estava sendo executado, na Vila Nova Cachoeirinha. Rita, que era empregada doméstica, deixou dois filhos órfãos.

Em São Vicente, o filho de um ex-carcereiro, de 19 anos, também foi baleado e morreu. Dois bandidos atiraram de uma moto.

Motivo seria listão de Catanduvas

As autoridades dizem que os ataques foram provocados, de novo, pelo temor de presos de serem transferidos para o presídio federal de Catanduvas, na região Oeste do Paraná. (Leia a mais)

Mas não é só isso. A CPI do Tráfico de Armas está vasculhando quase 30 contas de suspeitos de movimentar dinheiro do crime organizado em São Paulo . Nos alvos, os criminosos deixaram bilhetes contra a 'opressão nos presídios'. Além disso, na noite de terça, foi preso um líder da facção criminosa, Emivaldo Silva Santos, conhecido como BH.

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Nas duas últimas semanas 15 pessoas - entre agentes penitenciários, policiais civis e militares e um segurança da Justiça Federal - foram assassinados em São Paulo. O ritmo foi de uma morte por dia .

Esta é a segunda onda de ataques à segurança pública e penitenciária desde maio, quando 39 servidores públicos (entre PMs, policiais civis, guardas civis metropolitanos e agentes) foram mortos durante na semana que ficou conhecida como 'semana do horror', entre os dias 12 e 20.

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