O corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D'Ávila, disse na tarde desta segunda (6), em Brasília, que, de 2.949 acessos a informações de contribuintes realizados pela servidora Adeildda Ferreira Leão entre 1º de agosto e 8 de dezembro do ano passado na agência da Receita em Mauá (SP), 2.591 são de contribuintes que não têm domicílio fiscal na cidade -- 87,8% do total.
De acordo com o corregedor, essa quantidade de acessos a contribuintes de outros domicílios fiscais seria "indício de acesso imotivado". D'Ávila conduz a investigação da Receita que apura as causas das quebras de sigilo de integrantes do PSDB. Ao divulgar as informações, ele somente leu uma nota e não respondeu às perguntas dos jornalistas.
"Estamos investigando para ver qual é a motivação desses acessos. As informações serão repassadas para o Ministério Público", afirmou.
Adeildda Ferreira Leão está entre os investigados pela Receita como suspeita de ter feito sem motivação funcional acessos a declarações de renda do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge. Em nota divulgada na última sexta-feira (3), a funcionária afirmou que nunca contribuiu ou agiu para a quebra de sigilo de contribuintes.
Nesta segunda, a Receita anunciou que solicitou ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) o retorno à empresa estatal da servidora, que estava à disposição da agência da Receita em Mauá.
Formiga
No caso do acesso efetuado na Delegacia da Receita em Formiga (MG) a informações do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, o corregedor da Receita afirmou que se trata de acesso a dados cadastrais, não a informações fiscais do imposto de renda do contribuinte.
Segundo ele, quem identificou isso foi o escritório da Corregedoria da Receita em Belo Horizonte. Não houve acesso a dados fiscais, apenas cadastrais", declarou.
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