O líder do PSDB em exercício no Senado, Alvaro Dias (PR), deve protocolar na tarde desta segunda-feira (20) representação à Procuradoria Geral da República (PGR), em que pede a investigação das novas denúncias veiculadas pela revista Veja, de que haveria esquema de distribuição de propina na Casa Civil. É a segunda incursão do líder tucano ao Ministério Público Federal (MPF) em menos de dez dias. Na semana passada, protocolou representação pedindo ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que investigasse denúncia de prática de lobby na Casa Civil.
Segundo a publicação, o ex-assessor jurídico da Casa Civil teria recebido, em julho de 2009, propina no valor de R$ 200 mil para não revelar suposta compra superfaturada de Tamiflu - medicamento utilizado no tratamento da influenza A (H1N1), a chamada gripe suína.
Na época, a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra - que deixou o cargo na última quinta-feira - era secretária-executiva da pasta e braço direito de Dilma Rousseff (PT), titular do ministério. Dilma deixou a Casa Civil em abril para se candidatar à Presidência da República.
De acordo com outra reportagem da Veja, o filho de Erenice, Israel Guerra, teria feito lobby para empresas aéreas interessadas em firmar contratos com os Correios. Além disso, uma irmã de Erenice teria autorizado a contratação de escritório de advocacia de um irmão delas, sem licitação. Em entrevista, o procurador-geral classificou de "graves" os fatos noticiados.
Para Dias, a recusa de Dilma em comparecer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para prestar esclarecimentos sobre as denúncias aos senadores tem um "viés autoritário". Sugere "o modelo de relacionamento que ela pretende adotar com a oposição e o Legislativo" caso seja eleita.
"Não foi um convite pessoal, foi de um senador da República. A instituição Senado funciona como caixa de ressonância dos grandes fatos da Nação, representa a sociedade", rebateu. Dilma não deveria "terceirizar responsabilidades, porque era chefe da Casa Civil quando os fatos ocorreram, ela nomeou aquelas pessoas", disse o tucano.Falta de quórum
Dias pretendia rebater as declarações de Dilma da tribuna do Senado, mas não houve quórum para abrir a sessão de hoje. Eram necessários três senadores para inaugurar a sessão.
Dias contatou os senadores pelo Distrito Federal, Cristovam Buarque (PDT) e Adelmir Santana (DEM), para que completassem o quórum. Mas ambos estavam em campanha - o primeiro busca a reeleição ao Senado e o segundo, uma vaga na Câmara Federal. Nem Santana, cujo partido é o principal aliado do PSDB na esfera nacional, se dispôs a atender o apelo do tucano.
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