No Paraná, Aécio faz mais de 60% dos votos válidos
Candidato derrotado no segundo turno das eleições presidenciais deste domingo (26), o candidato Aecio Neves (PSDB) derrotou Dilma Rousseff (PT) por mais de 1,3 milhão de votos no Paraná. O tucano obteve 60,98% dos votos válidos no estado, contra 39,02% da atual presidente.
Aécio Neves pede para Dilma unir o país
O candidato à Presidência da República derrotado nesse domingo (26), Aécio Neves (PSDB), fez um pronunciamento por volta das 21h15 deste domingo (26) e comentou o resultado das urnas. Ao lado de apoiadores em Belo Horizonte (MG), Aécio agradeceu os quase 51 milhões de votos recebidos e pediu à presidente reeleita para unir o país.
- Reeleição de Dilma foi confirmada às 20h27, com 98% dos votos apurados
- No Paraná, Aécio fez 60% dos votos válidos
- Aécio Neves pede para Dilma unir o país
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A presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita neste domingo (26) para comandar o país por mais quatro anos, com mandato de 2015 a 2018. De acordo com a divulgação da apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela teve 51,64% dos votos válidos contra 48,36% do candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB). Dilma obteve 54,5 milhões votos contra 51 milhões. Segundo o TSE, 100% das urnas já tiveram os votos apurados.
Veja fotos de Dilma Rousseff, presidente reeleita da República
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Confira o discurso da presidente reeleita
Dilma Rousseff venceu a eleição presidencial mais disputada, difícil e inesperada desde a redemocratização do país. O pleito de 2014 foi temperado com tragédia e reviravolta: a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo, a comoção e o tsunami eleitoral pró-Marina Silva (PSB), a virada de Aécio Neves (PSDB) e, por fim, a recuperação da petista na última semana antes da votação.
Com a vitória, Dilma é a terceira presidente reeleita democraticamente no Brasil. Com ela, o PT ruma para seu quarto mandato consecutivo. Ao final de 2018, o partido terá governado o Brasil por 16 anos, período de continuidade sem igual na história política brasileira e pouco comum nas democracias consolidadas nos Estados Unidos, por exemplo, o mesmo partido não consegue emplacar três mandatos consecutivos desde 1909, quando os republicanos venceram a terceira disputa seguida contra os democratas.
Com um início de campanha difícil, em que a própria militância petista chegou a cogitar a volta do ex-presidente Lula (PT), a presidente Dilma Rousseff (PT) chegou ao final do segundo turno com sinais de cansaço, resultado da agenda intensa de viagens realizadas na última semana. Na reta final da corrida presidencial, inclusive, ela decidiu alterar a agenda, evitando grandes eventos.
O cansaço ficou evidente quando a presidente participou do debate no SBT, no último dia 16. Logo depois da transmissão, Dilma passou mal e interrompeu a fala durante uma entrevista ao vivo. Mesmo assim, ela terminou a conversa em tom de bom humor, quando foi interrompida ao tentar concluir a fala. "Se é assim que você quer, é assim que será feito".
A imagem mais bem-humorada e de mulher comum foi bastante explorada na campanha da petista. O tom teve que ficar mais pesado, porém, quando vieram os ataques dos demais candidatos, principalmente quando foram discutidas as denúncias de corrupção na Petrobras através da operação Lava Jato da Polícia Federal (PF), escândalo que estourou bem no meio da corrida presidencial e foi bastante explorado nos debates.
Os opositores também focaram as críticas nos problemas econômicos do país. Para rebater os ataques, o PT investiu pesado nos avanços sociais dos últimos 12 anos. Nas propagandas eleitorais e nos debates, a presidente destacou programas como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o Pronatec.
Quando viu a candidatura ameaçada pelo crescimento nas pesquisas de Marina Silva (PSB), a petista passou a criticar duramente a substituta de Eduardo Campos (PSB) pelas inconsistências de suas propostas, como pela sua posição em relação ao pré-sal e por sua defesa à independência do Banco Central.
Embates
Já na campanha de segundo turno, contra Aécio Neves (PSDB), a troca de farpas ficou ainda mais evidente. No debate no SBT, inclusive, a campanha do "nós contra eles" se intensificou com comparações das gestões tucanas com as petistas e acusações de nepotismo e corrupção.
Na ocasião, a petista chegou até a citar o caso em que o senador foi parado em uma blitz no Rio de Janeiro. "Acho importante a Lei Seca para o Brasil. Todas as semanas tem gente morrendo em acidentes de trânsito. Temos que tratar esse assunto com seriedade. Ninguém pode dirigir embriagado ou drogado", cutucou.
Deslocamento
Dilma Rousseff poderia garantir uma fortuna em programas de milhagem caso não viajassem em jatinhos particulares. Em apenas 18 dias neste 2.º turno, a petista percorreu 16,4 mil Km. Com a necessidade de conquistar votos em todo o país, a agenda beirou o surreal às vezes, no mesmo dia, chegou a passar por três regiões diferentes.
A presidente visitou 12 estados e 16 cidades, mas não foi à região Norte onde venceu no 1.º turno. Em comparação com a parte inicial da campanha, o ritmo foi bem mais pesado. Dilma viajou 680 quilômetros no primeiro turno. No 2.º, foram 914 quilômetros.
O voto de Dilma
A presidente Dilma Rousseff passou o domingo em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ela passou a noite de sábado (25) na cidade e votou na manhã desse domingo, por volta das das 8h45, na Escola Estadual Santos Dumont, na Vila Assunção, zona sul de Porto Alegre. Ela foi recebida com muitos aplausos e gritos de apoio de militantes. Descontraída, tomou o chimarrão de um mesário e elogiou o mate. Aos jornalistas, a presidente disse que a campanha com Aécio Neves teve "momentos lamentáveis".
Na chegada à seção eleitoral, ela tomou chimarrão de um dos mesários e comentou que estava bom. Depois de sair da cabine de votação, ela fez o sinal de positivo, mostrou o comprovante de votação e voltou a tomar mais um pouco de chimarrão.
Mais cedo, Dilma tomou café da manhã com aliados políticos no Hotel Plaza São Rafael, no centro da capital gaúcha. Em declaração à imprensa, ela avaliou que a campanha eleitoral este ano foi diferente, com muitas mudanças e reviravoltas. A presidente lamentou a morte do candidato Eduardo Campos. "Acho que houve momentos em que o nível [da campanha] não foi muito alto, mas eu não diria que ela inteiramente foi uma campanha em que prevaleceu o baixo nível. Acho que teve momentos lamentáveis, com o uso de formas de tratamento indevidas. Acredito que isso foi rejeitado pela população. Acho também que se teve oportunidade de confrontar opiniões e fazer o debate sadio", disse.