O senador Aécio Neves (PSDB), virtual candidato à Presidência da República visitou, nesta segunda-feira (3), o Show Rural Coopavel, que acontece em Cascavel, no Oeste do Paraná| Foto: Wenderson Araújo / ObritoNews / Divulgação PSDB

Richa diz que não teve condições de responder às críticas pesadas de Glesi

O governador Beto Richa reclamou, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (3) em Cascavel, no Oeste, da mudança feita na ordem dos discursos em um cerimonial de entrega de casas financiadas pela Caixa Econômica Federal no último final de semana em Umuarama, no Noroeste. Ele deveria ser o último a discursar, mas o cerimonial, organizado pela Caixa, foi alterado e quem encerrou os pronunciamentos foi a então ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), pré-candidata ao governo do Paraná. Na oportunidade, a petista criticou durante o preço da proposta de pedágio na PR-323, entre Maringá e Iporã. Na sequência, assessores de Richa pediram direito de resposta na cerimônia, mas não tiveram sucesso.

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O senador Aécio Neves (PSDB), virtual candidato à Presidência da República visitou, nesta segunda-feira (3), o Show Rural Coopavel, que acontece em Cascavel, no Oeste do Paraná. Em ritmo de campanha, ele elevou o tom de críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff e disse que a reforma ministerial iniciada nesta segunda-feira "caminha para trás".

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Aécio diz que não conhece os novos ministros, mas que são "figuras que o Brasil ainda não teve oportunidades de ver atuando com responsabilidades dessa dimensão". Para ele, a reforma de Dilma atende a interesses políticos. "Reforma, e a expressão já diz, pressupõe-se numa mudança obviamente para melhor. Ninguém reforma para piorar. Você não reforma uma casa, não reforma a tua empresa, não reforma a tua fazenda a fazenda para pior do que ela é. Infelizmente a lógica que rege as ações do governo não é de interesse nacional, é de interesse eleitoral", sentenciou. "É uma reforma que anda para trás, é uma reforma que atende a interesses do partido [PT] e, provavelmente nos próximos dias a dos aliados", declarou.

Segundo Aécio, a agenda do governo é focada na reeleição e com a reforma "os feudos do PT são garantidos" nos maiores orçamentos como os ministérios da Saúde e da Educação. Afirmando que o Brasil só tem menos ministérios do que o Sri Lanka, Aécio declarou que pretende reduzir pela metade o número de cargos no primeiro escalão em um eventual governo tucano.

A viagem de Dilma à Europa e a polêmica parada em Portugal também foram criticadas pelos gastos excessivos em um hotel de Lisboa. Ele falou que falta transparência nos gastos do governo e que isso não se restringe ao episódio em Portugal. "O governo tem omitido informações sobre inúmeros gastos", declarou. A falta de divulgação dos dados sobre os investimentos em um porto de Cuba é um dos casos omitidos, avalia o senador que ironizou o financiamento feito pelo BNDES. "Pelo menos no último ano de governo da atual presidente assistimos a inauguração da primeira grande obra concluída da pelo seu governo, pena que foi em cuba, poderia ser no Brasil, em Paranaguá", disse.

O tucano também falou sobre o Programa Mais Médicos, uma das vitrines do governo que a presidente Dilma deve utilizar durante a campanha eleitoral. "Esse programa é claramente muito mais uma peça de marketing, porque o mesmo governo que traz médicos para atuarem no Brasil - e sempre defendi que eles pudessem vir, mas passando pelo Revalida - é o governo que fechou, nos últimos dois anos, 13 mil leitos hospitalares, é o governo que, no Congresso Nacional, e está aqui o senador Álvaro Dias que foi para a tribuna várias vezes defender maior investimento na saúde pública, com o governo que impediu a aprovação de todas as propostas que permitiriam um aumento maior do financiamento da saúde".

Ano legislativo

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Sobre o ano legislativo que começa nesta segunda-feira (3), Aécio disse que pelo que ocorreu no ano passado não espera muito em 2014. Segundo ele, o Brasil possui hoje um Legislativo envergonhado que se curva à força do poder do Executivo "O que eu gostaria é que a pauta da federação fosse votada, renegociação da dívida dos estados, fim da tributação do Pasep, aumento de um a dois pontos percentuais no fundo de participação dos estados e municípios para minimizar as perdas", ressaltou.

Paraná

Aécio também aproveitou a passagem pelo Paraná, comandado por Beto Richa (PSDB), para reverberar os recentes ataques do governador ao governo federal. Segundo Richa, o governo Dilma "descrimina" o Estado na aplicação de recursos. "É inexplicável, injustificável que haja perseguição a qualquer Estado da Federação, quanto mais um Estado da importância do Paraná, da tradição do Paraná", afirmou Aécio.