O Ministério Público Federal (MPF) detalhou, nos pedidos que embasaram a nona fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira (5), a atuação de novos operadores do esquema de cobrança de propina na Petrobras. As informações são da Agência Brasil.
Entre os novos investigados estão representantes de empresas e um funcionário aposentado da Petrobras. Todos foram alvo de mandados de busca e apreensão. A nova etapa da investigação teve início com o acordo de delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco,
Segundo o MPF, Zwi Zcorniky, representante do estaleiro Keppel Fels e da Floatec, pagou propina a Barusco entre 2003 e 2013 depositada na conta do Banco Delta, na Suíça. De acordo com as investigações, por intermédio do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, o representante do estaleiro tranferiu valores ao PT. No depoimento de delação, Barusco disse que a Keppel Fels pagou US$ 14 mihões em propina, dos quais US$ 12 milhões foram repassados ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
Barusco afirmou que havia um "encontro de contas" entre ele e os representates das empresas. Ele citou encontros com o investigado Mário Frederico Mendonça Goes, que está foragido, nos quais eram entregues "mochilas com grandes valores de propina, em espécie", que variavam de R$ 300 mil a R$ 400 mil. No local, era feita a conferência de cada contrato, contabilizando as propinas pagas e as pendentes.
De acordo com a investigação, César Roberto Santos Oliveira, dono da GDK, pagou US$ 200 mil a Barusco, depositados no Banco Lombard Odier. Atan de Azevedo Barbosa, empregado aposentado da Petrobras , é acusado de favorecer a Iesa Óleo e Gas. Entre 2008 e 2013, Barusco recebeu pagamentos de propinas mensais de US$ 29 mil pelos contratos assinados entre a Iesa e Petrobras.
Nos depoimentos, também aparecem os nomes de Guilherme Esteves de Jesus (acusado de ser operador do Estaleiro Jurong); Milton Pascovich (Engevix), Shinko Nakandakari (Galvão Engenharia); Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva (Alusa, Rolls Roycee SBM,) e Augusto Amorim Costa (Queiroz Galvão).
Na quinta-feira, cerca de 200 agentes federais e servidores da Receita Federal cumpriram 62 mandados judiciais em São Paulo, Santa Catarina, no Rio de Janeiro e na Bahia. Ao todo, foram 18 mandados de condução coercitiva, um de prisão preventiva, três de prisão temporária e 40 de busca e apreensão.
A Keppel enviou nota à imprensa afirmando que Zwi Skornicki é funcionário da Eagle do Brasil, que é agente da Keppel FELS no Brasil. A empresa também diz que mantém um código de ética e que exige que os funcionários e suas representantes o sigam.
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