Pouco mais de 100 pessoas participaram, na manhã deste sábado (29), de uma caminhada em defesa do movimento Ocupa Paraná, deflagrado por estudantes secundaristas contra Medida Provisória 746 (que prevê a reforma do Ensino Médio) é a PEC 241 (que impõe teto aos gastos públicos). A maioria dos manifestantes era composta por alunos de escolas que já foram desocupadas, mas também havia professores e pais que apoiam o movimento estudantil. O ato começou por volta das 10h50, com quase uma hora de atraso.
“O governo está praticamente obrigando os alunos a ocuparem as escolas, com essa proposta de reforma do ensino médio”, disse um estudante de 16 anos, durante a caminhada.
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Estudantes rejeitam acordo e decidem desocupar Colégio Estadual do Paraná
Leia a matéria completaA passeata partiu das imediações do Terminal do Capão Raso. Entre discursos e gritos de palavras de ordem, os manifestantes passaram pelo Terminal do Portão, sempre criticando a proposta de reforma educacional proposta pelo governo federal. “O governo está agindo de forma autoritarista. Nós queremos a reforma do Ensino Médio, mas não esta reforma e não desta forma”, disse uma aluna. “Nós não vamos abrir mão de disciplinas, como filosofia, sociologia, educação física e artes”, apontou outro estudante.
A marcha transcorreu de forma pacífica. Houve um único incidente, ao lado do Terminal do Portão, onde uma mulher que dirigia um carro acelerou o veículo, fazendo menção de jogá-lo contra os manifestantes. Após um rápido bate-boca, os ânimos se acalmaram e o ato prosseguiu.
Em frente ao Colégio Estadual Pedro Macedo, vários estudantes discursaram, manifestando apoio ao alunos da unidade, que está ocupada. Nesta semana, a ocupação foi vítima de hostilizações que os discentes afirmam terem sido promovidas por parte de integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL). Alunos do Pedro Macedo disseram que não há previsão para que eles deixem a escola.
“A gente fez a nossa parte e tem outras formas de continuarmos em luta. Nós, aqui [do Pedro Macedo] vamos ocupar e resistir”, disse uma estudante.
Acordo rejeitado
Na noite de sexta-feira (28), os estudantes rejeitaram uma proposta articulada durante reunião mediada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), com diversos órgãos e que havia sido aceita pelo governo do estado. Pelo acordo, os estudantes manteriam o Colégio Estadual do Paraná (CEP) e desocupariam outros 24 escolas, para as quais a Justiça já determinou a reintegração de posse. Ainda não há um balanço de quantas dessas unidades escolares já foram desocupadas.