Em nota divulgada no final desta sexta-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o PSDB deve rediscutir o apoio ao candidato do PT à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP).

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O ex-presidente considerou a decisão "precipitada" e se disse surpreendido com o apoio, anunciado pelo líder do PSDB na Câmara, Jutahy Junior, quinta-feira, após consulta telefônica aos membros da bancada.

"Ainda há tempo para as lideranças pensarem na opinião pública e nos milhões de brasileiros que esperam do PSDB uma posição construtiva, mas oposicionista, para que possamos manter a esperança de dias melhores", afirmou o presidente, alinhando-se com o grupo dissidente de deputados tucanos que pretende anular o acordo com o PT.

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Fernando Henrique relata que recebeu telefonema do presidente da Câmara e candidato à reeleição, Aldo Rebelo, em dezembro. Ele afirma ter dito ao deputado comunista que "se ele se mantivesse candidato, não veria como o PSDB pudesse votar no candidato do PT".

"Dei ciência ao governador de São Paulo (José Serra) e ao líder do partido na Câmara (Jutahy Junior) da conversa que mantivera com o deputado Aldo Rebelo, à qual esteve presente também o governador de Alagoas, Teotônio Vilela", prossegue a nota. "Por isso, me surpreendeu a decisão, que considero precipitada, de assegurar ao PT os votos do PSDB sem discussão política mais profunda sobre as implicações e conseqüências do gesto".

A nota do ex-presidente foi divulgada na página do PSDB na internet, que destacou também entrevista do líder do partido no Senado, Artur Virgílio, condenando a posição de Jutahy. Outro sinal de que a decisão de Jutahy enfrenta forte resistência interna é que ela foi divulgada quinta-feira, na página tucana, apenas por um pequena nota de três parágrafos.

"A candidatura de Chinaglia representa precisamente tudo aquilo contra o que votaram os nossos 40 milhões de eleitores: a reintrodução de Ricardo Berzoini no comando do PT, a futura anistia de José Dirceu, a absolvição dos 'aloprados', a negação do mensalão, a absolvição dos sanguessugas", afirmou o líder do PSDB no Senado.

Na próxima terça-feira, os dissidentes prometem reunir cerca de 20 deputados (de uma bancada que terá 66) para exigir uma revisão do acordo firmado entre Jutahy e Chinaglia.

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