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A Polícia Federal já está analisando os documentos entregues por uma testemunha-chave: Izeilton Carvalho, ex-empregado do empresário que teria pago propina para continuar explorando restaurantes na Câmara. Izeilton Carvalho era gerente do restaurante que teria pago o mensalinho a Severino Cavalcanti. Ele citou novas testemunhas que podem ajudar a esclarecer o caso.

Na entrevista exclusiva à Rede Globo, Izeílton diz que ajudou a escrever os relatórios feitos pelo ex-patrão, Sebastião Buani, para detalhar o esquema do chamado mensalinho. Seriam R$ 10 mil por mês para que Severino Cavalcanti, na época primeiro secretário da Câmara, autorizasse o aumento de preços cobrados nos restaurantes, o que ocorreu em janeiro daquele ano.

O pagamento seria feito pela diretora financeira, Gizele Buani, filha do empresário:

- O pagamento era feito à vista, mas consta, no relato dele, um cheque de R$ 10 mil pago no banco Bradesco onde foi pago o cartão de crédito do deputado Severino Cavalcanti - disse Izeilton.

Izeilton apresentou novas testemunhas: o chefe dos garçons, chamado Ribamar, que levaria o dinheiro para o deputado Severino. E o empresário Marcelo Pescia, que também é dono de restaurante.

- Ele arrendou o Fiorela do Pátio Brasil e tinha dívidas com o Buani. O Buani, para sanar essa dívida com ele, levou o cartão de crédito do primeiro secretário Severino para ele pagar no valor de oito mil e alguma coisa. Como ele achou que não devia esse valor ao Buani, ele não pagou esse cartão de crédito do Banco do Brasil, do Severino", contou ele.

O ex-gerente também entregou à Policia Federal o contrato de gaveta em que Severino prorroga por três anos a autorização para explorar o restaurante da Câmara. O documento deverá passar por uma perícia. Izeilton disse que as denúncias podem ser provadas com a quebra do sigilo bancário e telefônico de Buani e de Severino Cavalcanti. Ou com um depoimento do empresário:

- Se o Buani resolver falar a verdade, isso tudo vai se confirmar - falou.

O advogado de defesa do empresário Sebastião Buani está tentando convencê-lo a falar tudo o que realmente sabe do suposto esquema de cobrança de propina na Câmara. Buani passou o feriado em Brasília. No fim da tarde se reuniu com os responsáveis pela defesa dele. Traçaram a estratégia para enfrentar os desdobramentos da crise.

A oposição, que defende o afastamento do presidente da Câmara, considera que Severino Cavalcanti só tem uma possibilidade de permanecer no cargo.

- Ou o presidente Severino esclarece isso e mata definitivamente qualquer suspeita, ou a pressão vai ser tão forte que ele vai ter que se afastar da presidência e correndo o risco ainda de sofrer um processo de cassação do mandato no Conselho de Ética da Câmara", acredita o deputado Gustavo Fruet (PSDB/PR).

O corregedor da Câmara, mesmo sendo aliado e amigo de Severino promete rigor nas investigações.

- A prioridade é total, porque são denúncias gravíssimas contra o presidente da casa e nós precisamos esclarecer o mais rapidamente possível. Se houver provas com certeza tem que se pedir a cassação -, comentou o deputado Ciro Nogueira (PP/PI), corregedor da Câmara.

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