Os jornalistas Leandro Stoliar e Gilson Fred Oliveira, da TV Record, chegaram ao Brasil na manhã desta segunda-feira (13), por volta das 5h50min, em São Paulo. Os dois foram presos na cidade de Maracaibo durante gravações para uma série de reportagens sobre denúncias de corrupção envolvendo financiamentos do BNDES, que favoreciam empreiteiras brasileiras, inclusive a Odebrecht, citada nas investigações da Operação Lava Jato. As informações são do site R7.
Em entrevista ao programa “Balanço Geral”, da Record, Stoliar descreveu o alívio que sentiu ao chegar ao Brasil. “Quando a gente é preso em um país onde existe a ditadura e a polícia está acima da lei – e nós fomos presos pela polícia política – a gente acha que não vai sair mais”, diz.
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Segundo o repórter, a polícia venezuelana confiscou computadores, celulares, câmera e outros equipamentos de trabalho. Eles voltaram com a roupa do corpo e uma mochila.
A equipe de reportagem, que trabalhava para o Jornal da Record, foi detida no sábado ficou mais de 30 horas presa em uma sala do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin). Stoliar e Oliveira foram interrogados; não houve violência física, mas relataram abusos. “Assédio moral, cárcere privado, ficar sem comunicação, os policiais seguindo a gente até pra ir ao banheiro... A gente foi tratado como criminoso quando, na verdade, estávamos fazendo apenas o nosso trabalho”, diz Stoliar.
Stoliar disse que as autoridades brasileiras deram a assistência necessária, mesmo não havendo representação diplomática em Maracaibo. “Eles ligaram para as autoridades venezuelanas para nos soltar”, conta.
Segundo o R7, a equipe foi liberada por volta de 1h15min de domingo e permaneceu no lobby de um hotel na cidade de Macaibro até pegar o voo de volta para o Brasil. Não havia quartos disponíveis, mas o repórter conta que, no empreendimento, eles foram alimentados e receberam um bom atendimento.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenou a detenção, assim como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Em nota, a A Record TV afirma que repudia este tipo de estratégia violenta e típica de regimes que desprezam a democracia para impedir o trabalho jornalístico. E reafirma seu compromisso com a investigação conduzida em vários países.
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