Cristiane Yared, mãe de Gilmar Rafael Yared, um dos jovens que morreu após o acidente de trânsito que envolveu o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, afirmou que saiu esperançosa após a reunião que teve com o diretor do Instituto de Criminalística do Paraná, Carlos Roberto Martins de Lima, na tarde desta terça-feira (7). A família pediu rapidez na conclusão dos laudos sobre o acidente.
Após a reunião, os pais de Gilmar falaram com a imprensa em frente ao Instituto de Criminalística. "A reunião trouxe esperança porque, apesar do caso ser difícil e eles terem pouca gente para trabalhar, estão mostrando empenho", afirmou Cristiane Yared. A mãe de Gilmar Rafael também comentou a entrevista exclusiva que o ex-deputado Carli Filho deu ao jornal Gazeta do Povo, na qual ele afirma que quer falar com a família dos jovens mortos. "Receber uma visita dele seria uma questão de educação, mas já tem dois meses e não recebemos nenhuma ligação", disse Cristiane. O ex-deputado está em Guarapuava, na região Central do estado, onde se recupera do acidente.
Cristiane afirmou que justiça seria se ela tivesse o filho de volta. "Mas sei que isso é impossível, não tem como voltar atrás", declarou. O advogado da família, Elias Mattar Assad, afirmou que o caso é prioridade número um do Instituto de Criminalística e que em menos de 30 dias o laudo sobre o acidente deve estar concluído para que inquérito policial possa ser fechado.
Na segunda-feira (6) o delegado Armando Braga de Moraes, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), encaminhou à Justiça um pedido de prorrogação por mais 30 dias do prazo para conclusão do inquérito sobre o acidente. A delegacia ainda espera a conclusão de laudos do Instituto de Criminalística.
Dois jovens morreram; deputado renunciou
O violento acidente aconteceu na madrugada do dia 7 de maio. O então deputado dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Após a colisão, os carros foram parar em uma via local paralela à Monsenhor Ivo Zanlorenzi. Pedaços de lataria, vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de cem metros. Os dois ocupantes do Honda, Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida, morreram no local.
O acidente ganhou repercussão nacional após a Gazeta do Povo revelar que Carli Filho tinha 130 pontos na carteira de habilitação e do exame do Instituto Médico Legal informar que ele conduzia o veículo em estado de embriaguez. O caso resultou na primeira renúncia de um deputado estadual na história do Paraná. Além disso, expôs um histórico de multas de políticos e de 68 mil cidadãos que dirigiam com a carteira de habilitação suspensa.
Depois da colisão, o governo do estado anunciou que passaria a "caçar" os motoristas que não devolvessem carteiras de habilitação suspensas 48 horas depois de serem notificados. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) anunciou que poderia inclusive prender sob flagrante de crime de desacato quem não devolvesse o documento.
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