Apesar de estar há 13 dias apto para assumir a Secretaria Estadual dos Transportes e voltar para a superintendência da Administração dos Portos de Antonina e Paranaguá (Appa), Eduardo Requião ainda não voltou ao trabalho. No dia 25 de setembro o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou Eduardo, que é irmão do governador Roberto Requião (PMDB), para os cargos.
Segundo a assessoria de imprensa da Appa, Eduardo Requião está aguardando o julgamento de um agravo de instrumento no STF, impetrado pelo advogado José Cid Campêlo Filho, ex-secretário estadual de Governo da gestão Jaime Lerner. Campêlo recorreu da decisão que liberou Eduardo Requião para os cargos.
Somente depois do julgamento, o irmão do governador voltará para os cargos, caso seja liberado novamente. A medida foi tomada para não haver desgaste, de acordo com a assessoria da Appa. Para não acontecer de Eduardo voltar e precisar sair novamente dos cargos.
O caso estava na pauta do STF desta quinta-feira (9), mas não foi julgado. De acordo com a assessoria de imprensa do STF, o agravo de instrumento deve ser julgado na próxima quarta ou quinta-feira (15 ou 16). O colegiado do Supremo (11 ministros) vai dar a decisão sobre o agravo de instrumento.
Enquanto isso não acontece, o diretor-geral da Secretaria dos Transportes, Terufumi Katayama, responde interinamente pelo cargo. Na Appa, quem responde interinamente são o procurador jurídico do Porto, Benedito Nicolau dos Santos Neto, e o diretor administrativo, Daniel Lucio Oliveira de Souza.
Entenda o caso
Eduardo Requião foi nomeado secretário no dia 4 de setembro, mas o advogado José Cid Campêlo Filho entrou com um recurso contra a nomeação, alegando que isso feria o princípio da legalidade e moralidade na administração pública. O pedido de liminar também foi sustentado na Súmula Vinculante número 13 do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe a contratação de parentes no Judiciário, Executivo e Legislativo.
O juiz Jederson Suzin, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba acatou o pedido e suspendeu Eduardo Requião. Os advogados Botto de Lacerda e Fabrício Massardo, que defendem Eduardo, entraram com uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a suspensão e conseguiram uma decisão favorável no dia 25 de setembro.
Desde essa data, Eduardo Requião estaria livre para assumir os Transportes e voltar para a Appa. No entanto, após a decisão do STF, o advogado Campêlo Filho entrou com um agravo de instrumento no próprio Supremo Tribunal Federal, contra a decisão do ministro Cezar Peluso.
Campêlo Filho sustenta que, ao nomear o irmão para o cargo de secretário, o governador Roberto Requião feriu a Súmula Vinculante número 13 do STF. O advogado também pede esclarecimentos sobre a possibilidade de Eduardo acumular a superintendência da Appa junto com a Secretaria dos Transportes. Campêlo Filho espera uma decisão do plenário do STF.
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Deixe sua opinião