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O ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, vai pedir demissão do cargo em função das suspeitas lançadas sobre sua conduta pelas investigações da Polícia Federal na Operação Navalha, diz o blog do colunista Ilimar Franco. O ministro chegou a se defender das acusações de que teria recebido R$ 100 mil de propina, nesta segunda-feira, mas teria decidido se afastar para não comprometer o governo no escândalo envolvendo a empreiteira Gautama.
Padrinho político de Rondeau, o senador José Sarney (PMDB-AP) tem admitido em conversas reservadas que a melhor saída para o ministro é pedir licença ou demissão do cargo. Publicamente, no entanto, o ex-presidente informou, por intermédio de sua assessoria, que conhece Rondeau há muitos anos. Sarney diz que ele tem uma história de seriedade e não acredita que esteja envolvido em negócios escusos. Sarney afirma ainda que não há nada comprovado contra o ministro, apenas suposições.
"Apóio a ação da Polícia Federal contra a corrupção e desejo a punição de todos os culpados", diz o senador por meio de sua assessoria.
O senador também afirma que não tem qualquer relação de amizade com o empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, e diz que em toda sua vida se encontrou no máximo três vezes, por acaso, com o empresário, apontado como o chefe do esquema de fraude em licitações desbaratado pela Operação Navalha, que prendeu 46 pessoas na quinta-feira da semana passada, . Sarney alega ainda que Zuleido teria ligações com seus adversários no Maranhão.
No Paraguai, onde acompanha a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rondeau disse que as denúncias contra ele causam indignação. E que o prejulgamento é "horrível". O ministro disse que tem uma biografia a zelar, que esta "acima de cargo, acima de tudo" e que cabe à Justiça investigar o seu suposto envolvimento no recebimento de propinas.
O presidente Lula disse que só vai falar sobre o caso no Brasil. Na tarde desta segunda, Lula embarca para Foz do Iguaçu, onde inaugura duas turbinas de Itaipu com o ministro. Ele volta a Brasília na manhã de terça-feira.
Quem se manifestou foi o presidente da República em exercício, José Alencar, que defendeu nesta segunda a ampla investigação das denúncias , mas afirmou que ninguém pode ser condenado com base apenas em indícios.
Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu Silas Rondeau:
- Não há nada que comprove o envolvimento do ministro - afirmou.
O presidente do Senado defendeu ainda o avanço das investigações, "para que se tenha noção exata de sua extensão" e a "responsabilidade de cada um". Renan garantiu ainda que a crise aberta com a Operação Navalha não irá comprometer o funcionamento do Legislativo.
- O Senado já mostrou que consegue conviver com uma crise política e continuar votando.
Renan voltou a negar qualquer relação com Zuleido Veras:
- Não temo absolutamente nada. Nunca tive uma relação muito próxima, apesar de conhecer (Zuleido) - disse Renan, argumentando que qualquer contato que tenha feito com o empresário foi para defender os interesses de Alagoas, o que seria o papel de toda a bancada do estado.
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