O prefeito Nedson Micheleti, de Londrina, Norte do estado, em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (8), garantiu que sua campanha à reeleição, em 2004, não comprou combustíveis em postos que não constem da prestação oficial de contas entregues à Justiça Eleitoral.
A declaração foi uma resposta ao delegado regional do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Londrina (Sindicombustíveis), Sérgio SantAnna, que na semana passada afirmou que a campanha petista gastou R$ 46 mil em combustível, em diversos estabelecimentos, além dos cerca de R$ 30 mil declarados à Justiça Eleitoral.
"Ele como dirigente sindical fez uma declaração política. Seria justo que ele fizesse um levantamento de outras campanhas", respondeu o prefeito.
"Assumo a responsabilidade pela declaração de contas e sei que tudo está devidamente registrado. Tivemos uma campanha equilibrada e contas ajustadas", complementou Micheleti.
ContradiçãoA declaração do prefeito não bateu com os comentários do secretário de Gestão Pública e presidente municipal do PT, Jacks Dias, que na semana passada disse que eventuais irregularidades poderiam ser corrigidas na prestação de contas já entregue. Além de Jack Dias, o tesoureiro do PT e diretor da Sercomtel, Francisco Moreno, e o advogado contratado pelo partido, João dos Santos Gomes Filho, também acenaram com a possibilidade de retificação nas contas.
"Caixa dois"Sobre a afirmativa do ex-delegado-chefe da Polícia Federal, Sandro Viana dos Santos, exonerado do cargo, que existiu "caixa dois" na campanha, o prefeito classificou a declaração como "precipitadas".
O irmãoQuanto ao fato de seu irmão, Nilton Micheleti, ter acompanhado a ex-assessora financeira do Partido dos Trabalhadores (PT) Soraya Garcia, durante as primeiras denúncias no Ministério Público, Micheleti preferiu não comentar, alegando "que não daria declarações de nível pessoal".
DenúnciasMicheleti voltou a negar as acusações feitas por Soraya. O prefeito disse que a análise dos documentos vai demonstrar que não houve operação de "caixa dois" e que não são verdadeiras as acusações apresentadas por Soraya.
"Ela não está falando a verdade. É uma barbaridade dizer que gastamos R$ 6,5 milhões na campanha. Um volume financeiro destes seria visível e não foi isso que a população de Londrina viu", disse o prefeito à imprensa.
O prefeito comentou que até o momento não houve qualquer prova de irregularidade em sua campanha e que é o principal interessado na investigação das acusações feitas por Soraya. Além disso, ressaltou que o PT já solicitou toda a documentação à Polícia Federal e ao Ministério Público para conhecer o teor dos documentos e, assim, apresentar a sua defesa.
InquéritoA Polícia Federal recebeu nesta segunda-feira o extrato bancário do ex-diretor administrativo-financeiro da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) Augusto Ermétio Dias Júnior. O pedido foi feito em virtude da denúncia de Soraya. A ex-assessora do PT afirmou que três cheques, no valor de R$ 10 mil cada, foram depositados na conta de Dias Júnior.
O delegado responsável pelo inquérito, Kandy Takarrashi, não pôde confirmar a denúcia de Soraya em virtude do sigilo do caso, mas disse que vai solicitar mais informações da Caixa Econômica Federal das movimentações financeiras de Dias Júnior.
Quebra de sigilo telefônicoO advogado João Graça, que defende a ex-funcionária do PT, informou nesta segunda-feira que vai pedir à Justiça Federal que quebre o sigilo telefônico de todas as pessoas que ligaram para Soraya no período de maio a dezembro de 2004.
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