Malotes da 31ª fase da Operação Lava Jato chegam na Superintendência da Polícia Federal de São Paulo| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Cerca de 110 policiais federais e aproximadamente 20 servidores da Receita Federal estão cumprindo mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal durante a Operação Abismo, 31ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira (4).

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A investigação central desta fase tem o objetivo de apurar a fraude ao processo licitatório, o pagamento de valores indevidos a servidores da Petrobras e o repasse de recursos a partidos políticos em virtude do sucesso obtido por empresas privadas em contratações específicas. Um exemplo é o projeto de reforma do Cenpes - Centro de Pesquisas da Petrobras - na Ilha do Fundão na cidade do Rio de Janeiro.

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São apuradas pela Polícia Federal as práticas de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação num contexto amplo de sistemático prejuízo financeiro imposto à Petrobras.

O nome Abismo remete, dentre outros aspectos, às tecnologias de exploração de gás e petróleo em águas profundas desenvolvidas no Cenpes, mas também à localização das instalações (Ilha do Fundão) e a demonstração que esquemas como estes identificados levaram a empresa aos recantos mais profundos da corrupção e da malversação do dinheiro público.

O alvo principal desta fase da Lava Jato é o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, que já está preso, contra quem a Abismo expediu um mandado de prisão preventiva. Ferreira foi capturado na Operação Custo Brasil, que mirou o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT).

Ferreira foi deputado federal pelo PT do Rio Grande do Sul de 2012 a 2014. Ele é casado a ex-ministra Tereza Campello.

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Até por volta das 11 horas, foram presos temporariamente Edson Coutinho, ex-funcionário da Schahin Engenharia, no Rio, e Roberto Capobianco, um dos donos da Construcap, em São Paulo.

Outros dois alvos de pedidos de prisão temporária são Genésio Schiavinato Júnior, diretor da Construbase, e Erasto Messias da Silva Junior, da construtora Ferreira Guedes. Eles ainda não foram localizados.

Os presos pela operação serão levados à sede da Polícia Federal em Curitiba nesta segunda-feira, exceto Paulo Ferreira, que seguirá detido na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

Envolvido na Custo Brasil

Ferreira é suspeito de ligação com o esquema Consist - empresa de software que teria desviado R$ 100 milhões de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento na gestão Paulo Bernardo.

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Sob o comando de Bernardo, que liderou a pasta de março de 2005 a janeiro de 2011 no governo Lula, o Planejamento assinou acordo com o Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (SINAPP) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC). Essas entidades contrataram a Consist para desenvolver o sistema de gerenciamento e controle dos créditos consignados. De 2010 a 2015, o esquema teria gerado R$ 100 milhões em propinas sobre o contrato da Consist.