A Procuradoria Geral da República no Paraná divulgou, neste sábado (6), nota de repúdio sobre as afirmações de que o procurador-geral da república, Rodrigo Janot, teria feito um acordo com as empreiteiras para tentar evitar que a investigação da Operação Lava Jato chegue ao governo. Em reportagem publicada na sexta-feira (5), a revista IstoÉ afirma que Janot tem se encontrado com representantes das empresas investigadas e vem oferecendo um acordo que poderá impedir a investigação de uma suposta participação do governo no esquema. Os procuradores da república que integram a Força Tarefa do caso Lava Jato afirmam que as afirmações publicadas na revista são "inverídicas". "Diferentemente do que diz a reportagem, feita de forma leviana e sem ouvir todas as partes envolvidas, a proposta de acordo coletivo com todas as empreiteiras foi desde logo e sempre rechaçada por todos os procuradores integrantes da Força Tarefa, porque é moralmente inaceitável e não atende ao interesse público", diz um trecho da nota da PGR no Paraná.
Janot também divulgou uma nota na tarde deste sábado (6) desmentindo as informações da reportagem. Na nota, ele afirma que "não permitirá" que prosperem tentativas para desacreditar as investigações e os integrantes da instituição envolvidos com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Operação Lava Jato
A sétima fase da Operação Lava Jato foi deflagrada no dia 14 de novembro e cumpriu mandados de busca e apreensão em sete grandes empreiteiras do país, além de prender 24 pessoas. Entre os presos dessa nova fase da operação, estão o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque solto na última quarta-feira (3), e o lobista Fernando Baiano.
Leia a nota da Procuradoria Geral da República no Paraná na íntegra:
"Os procuradores da República que integram a Força Tarefa do Caso Lava Jato vêm a público refutar as afirmações inverídicas da reportagem "As articulações de Janot que podem livrar o governo" publicada pela revista IstoÉ, na noite do dia 5 dezembro de 2014. Diferentemente do que diz a reportagem, feita de forma leviana e sem ouvir todas as partes envolvidas, a proposta de acordo coletivo com todas as empreiteiras foi desde logo e sempre rechaçada por todos os Procuradores integrantes da Força Tarefa, porque é moralmente inaceitável e não atende ao interesse público. A colaboração premiada é uma técnica especial de investigação e deve ser vista sob a ótica do interesse da sociedade, ou seja, baseada na confissão integral dos fatos criminosos, na entrega de provas, pessoais e materiais, desses crimes e de outros ainda desconhecidos, e no pagamento de multas. O acordo almejado pelas construtoras jamais atenderia esses pressupostos. A Força Tarefa reitera o seu compromisso com a luta contra a criminalidade de colarinho branco que se apossou do patrimônio do povo brasileiro, reafirmando sua atuação firme para a punição dos culpados e o ressarcimento total dos danos."
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