Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou hoje em queda de 0,67%, a 54.172 pontos. O desempenho foi influenciado pela baixa de 26,08% das ações da OGX, petroleira de Eike Batista, a R$ 0,17, diante das expectativas de que a empresa entraria com o pedido de recuperação judicial, o que foi confirmado no final do dia.
A queda da OGX ofuscou a notícia positiva de que o Federal Reserve (banco central americano) estendeu seu apoio à lenta economia dos EUA afirmando que continuará comprando US$ 85 bilhões em títulos ao mês para estimular uma retomada. Com isso, está mantido, por ora, um fluxo maior de investimento estrangeiro nos emergentes.
"O pedido de recuperação judicial da OGX já era esperado. O mercado já tinha antecipado bastante essa atitude por parte da empresa e o preço de suas ações já refletia isso", diz Leandro Ruschel, diretor da Leandro & Stormer.
As negociações com esses papéis na Bolsa brasileira ficarão suspensas assim que a BM&FBovespa for informada do pedido de recuperação judicial, mas poderão voltar caso uma eventual solicitação da empresa seja aprovada, em regime especial. Neste caso, porém, deixarão de fazer parte do Ibovespa no final do primeiro dia de negócios na volta da suspensão.
A queda da Bolsa desta quarta foi amenizada com a alta de 1,27% das ações mais negociadas da Petrobras, a R$ 19,95. Esses papéis chegaram a cair mais de 2% no dia, mas retomaram o fôlego em meio a perspectivas de que o governo possa ser favorável à nova metodologia de preços da estatal.
Os papéis ordinários da empresa, com direito a voto, tiveram ganho de 0,48%, a R$ 18,96. Juntas, as duas ações da Petrobras representam cerca de 10% do Ibovespa. O mercado ainda aguarda o posicionamento do Conselho de Administração da companhia, que tem até o dia 22 de novembro para avaliar uma proposta de nova metodologia para reajuste nos preços dos combustíveis.
"A empresa compra combustível no exterior e vende por um preço menor no Brasil. É prejuízo puro em um momento em que ela tem que honrar com muitos compromissos financeiros para dar conta do pré-sal. O mercado está percebendo que a situação precisa que mudar. A empresa não tem mais condição de ficar assumindo prejuízo nessa área, por isso acreditam que o governo será a favor de uma nova metodologia de preços, mesmo que com muitas ressalvas. Qualquer mudança já é um alívio", diz Ruschel.
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