Depois do aprendizado, as vitórias

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2009 foi complicado para ela entre as melhores do mundo. Aos 19 anos e mesmo com uma década de carreira, Bruna Schmitz sofreu com a pressão, com as ondas ruins e com o ner­­vosismo. O suficiente para a estreia no Campeonato Mundial de Surfe ficar aquém da expectativa, mas nada que possa de­­sanimá-la para a temporada 2010 no WWT (WCT feminino, a primeira divisão do surfe mundial).

Única surfista local a chegar à elite das ondas, a paranaense de Salto do Lontra, no Sudoeste do estado, largou bem na Austrália, em março, com um quinto lugar, a melhor posição do país na ocasião. Depois, sentiu as dificuldades da competição.

"No começo foi demais, ini­­ciei bem o ano com um bom resultado. Depois, percebi que era mais difícil do que eu esperava. Você tem de estar sempre preparada para tudo e eu não conseguia relaxar. Sei que está tudo na cabeça, então, estou tentando melhorar isso", contou em entrevista por e-mail da Fran­­ça, onde passava as festas de fim de ano com namorado e também surfista Jeremy Flores, outro jovem destaque da modalidade.

Bruna se profissionalizou aos 15 anos, quando foi vice-campeã de uma etapa do Supersurf. Aos 16, possuía dois títulos brasileiros sub-16 no currículo, quando decidiu se aventurar em algumas etapas do WQS (segunda divisão do surfe). Em 2008, conseguiu de forma inédita a vaga no WWT. Uma experiência que lhe ensinou muito.

"Praticamente o ano inteiro foi mais de aprendizado para o futuro. Como era minha primeira temporada, quis aproveitar para aprender bastante. A cada competição que eu perdia, avaliava o porquê, para na próxima vez fazer diferente. Acho que isso foi superimportante", afirmou ela. Tanto que nas duas últimas provas do ano, no Havaí, Bruna percebeu estar bem mais calma.

Ela também precisou lidar em 2009 com as fracas condições das ondas. "O mar não ajudou, mas se estava ruim para mim, estava ruim para todas. Então, não posso lamentar por causa disso, tenho de treinar mais em todas as condições para estar mais preparada", disse, já com planos de antecipar o período de treinamento. O calendário começa em 27 de fevereiro, em Gold Cost, na Austrália.

Mesmo com as dificuldades, Bruna conseguiu se manter na elite com a estratégia de disputar simultaneamente o WWT e o WQS. Assim, apesar do 14º lugar conquistado na primeira divisão, ela assegurou nova temporada entre as melhores com a 8ª po­­sição na divisão de acesso. Foi a única brasileira a se classificar em 2009 e terá a companhia de Silvana Lima, conterrânea remanescente no grupo principal. Essa maratona será mantida em 2010.

"Não gosto de fazer planos, eu prefiro que as coisas aconteçam, claro que vou planejar fazer bons resultados nas competições, mas se não conseguir, não vou desistir, vou continuar lutando para sempre melhorar", promete.