Um treinamento em São Paulo, no Estádio Nicolau Alayon, encerrou a preparação do Coritiba para o jogo contra o Corinthians. Sem desfalques, Ênio Andrade ajustava a estratégia para defender a liderança da segunda fase contra um adversário desesperado.
Os 50 minutos de coletivo no campo do Nacional deram a letra de como Ênio Andrade queria o Coritiba: fechado. Somente o centroavante Índio tinha liberdade para ficar longe do campo de defesa. Sem a bola, sua missão era prender os zagueiros Juninho e De León. Até os pontas Lela e Edson tinham obrigações defensivas – conter os laterais corintianos. No meio, Almir, Marildo e Toby tinham de tirar os espaços de Dunga, Zenon e Casagrande. Os laterais André e Dida praticamente formavam uma linha de quatro zagueiros com Gomes e Heraldo a proteger a meta de Rafael.
“Não podia haver ocasião pior para o Coritiba enfrentar o Corinthians aqui”, vaticinava seu Ênio, em tom profético.
Com apenas um ponto em três jogos, a torcida do Corinthians já havia escolhido seu culpado: o técnico Carlos Alberto Torres. Como o capitão do tri seguia firme no cargo, a Fiel ameaçava boicotar o time. Por via das dúvidas, a diretoria mudou a partida do Pacaembu para o Morumbi, mais seguro. Juninho e Casagrande, que haviam cumprido suspensão no empate com o Sport, estavam de volta.
O mundo além do futebol
Após várias semanas com amplo favoritismo de Roberto Requião, se desenhava uma nova chapa do PMDB à prefeitura de Curitiba: o senador Enéas Faria a prefeito e o deputado federal Amadeu Geara a vice. A mudança de rumo se desenhara três dias antes, em uma reunião com o governador José Richa no Palácio Iguaçu.
Saia para Pomerode, no interior de Santa Catarina, o maior prêmio da Loto no ano: 12,2 bilhões de cruzeiros (o equivalente a R$ 20,3 milhões). As dezenas: 39, 56, 85, 87 e 97.
O presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, realiza uma cirurgia para retirar um tumor do intestino grosso. Durante a operação, os médicos perceberam a presença de outro tumor e marcaram sua extração para o dia seguinte.
Relembre todos os capítulos do Diário de 85 do Coritiba
1º/7/1985 – Sem Lela, o Coritiba volta a respirar a Taça de Ouro
2/7/1985 – Seu Ênio dá o recado: Quem treina pensando na namorada não rende”
3/7/1985 – Empate no Recife e uma sombra para Ênio Andrade
4/7/1985 – Renda milionária contra o Corinthians anima o Coritiba
5/7/1985 – Almir pronto para Casão: “Vou marcá-lo que nem carrapato”
6/7/1985 – Evangelino promete bicho molhado contra o Corinthians
7/7/1985 – Lela decide contra o Corinthians
8/7/1985 – O saldo da batalha com o Corinthians: Toby e Índio fora
9/7/1985 – Bicho anima o ambiente no “Beco do Sossego”
10/7/1985 – Dida decide no Alto da Glória e é assaltado na Água Verde
11/7/1985 – Rafael sente o Coritiba na semifinal: “Por que não?”
12/7/1985 – Força máxima contra a crise do Corinthians
13/7/1985 – Coritiba perde no fim e seca o Joinville
14/7/1985 – Sport bate o JEC e mantém o Coxa líder
15/7/1985 – Alimentação em SC preocupa o Coritiba
16/7/1985 – Coxa viaja com uma dúvida para decisão em Joinville
17/7/1985 – Careta de Lela deixa o Coritiba com um pé na semifinal
18/7/1985 – Ênio avisa: “Time meu não tem salto alto”
19/7/1985 – Suspeita de espionagem agita o Alto da Glória
20/7/1985 – Torcida coxa se mobiliza para ver o time chegar à semifinal
21/7/1985 – O Coritiba é semifinalista da Taça de Ouro
22/7/1985 – Bicho milionário para a vaga na semifinal
23/7/1985 – Sem mistério, Ênio define o Coritiba da semifinal
24/7/1985 – Depois do blecaute, gol de Heraldo ilumina o Couto Pereira
25/7/1985 – Ênio Andrade cotado para a seleção brasileira
26/7/1985 – O mago do Coritiba prepara o caminho para a final
27/7/1985 – Coritiba viaja para BH e reserva hotel no Rio
28/7/1985 – Coritiba na final. E Rafael vira santo
29/7/1985 – CBF confirma final em jogo único no Maracanã
30/7/1985 – Na véspera da final, Coxa treina para prorrogação e pênaltis
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