Atlético-MG 0 x 0 Coritiba
Estádio: Mineirão. Árbitro: Luís Carlos Félix (RJ). Renda: Cr$ 546.792.500. Público: 78.679 torcedores.
João Leite; Nelinho, Oliveira, Luizinho e João Luís; Elzo, Paulo Isidoro e Everton (Vitor Capucho); Sérgio Araújo (Alisson), Reinaldo e Edivaldo. Técnico: Cento e Nove.
Rafael; André, Gomes, Heraldo e Dida; Almir, Marildo e Toby; Lela, Índio (Gil) e Edson. Técnico: Ênio Andrade.
Após Coritiba (duas vezes), Atlético e Londrina (uma vez cada) baterem na trave, o futebol paranaense finalmente estava na final do Campeonato Brasileiro. Façanha alcançada pelo Coritiba, com uma jornada épica no Mineirão lotado. Rafael segurou o grito de gol de quase 80 mil atleticanos – especialmente no arremate de Reinaldo, nos minutos finais, que os mineiros morrerão jurando que a bola foi puxada de dentro do gol – e garantiu o empate por 0 a 0, que levou o Coxa para a final da Taça de Ouro.
Classificação conquistada com a fórmula que marcou o time desde a chegada de Ênio Andrade, ainda durante a primeira fase: solidez defensiva, pouco espaço para o adversário, estocadas perigosas no contra-ataque. Restava apenas um degrau para o Coritiba alcançar a taça de campeão nacional: bater o surpreendente Bangu, no Maracanã.
Um time que venceu o Flamengo no Maracanã, o Goiás no Serra Dourada, o Joinville em Joinville, o Cruzeiro no Mineirão, o São Paulo no Morumbi, merece chegar à final
Foi o jogo mais tenso que disputei em minha carreira. Tensão mesmo foi no finalzinho, naquela falta batida pelo Nelinho e que teve até replay. Foi demais mesmo.
Este é um momento histórico, pois o Coritiba acaba de provar que é forte. É sua afirmação definitiva no cenário brasileiro. Há muita coisa em jogo, muita coisa extracampo que nem é preciso falar.
Ainda faltavam três minutos para o jogo acabar no Mineirão, mas a torcida coxa-branca não quis nem saber de esperar o apito final. Aos milhares, foram tomando as ruas da cidade. A XV era o centro nervoso da comemoração, mas também pelo Alto da Glória, Tarumã, Boqueirão, Hauer... Com a bandeira do time em uma mão e uma cerveja na outra, comemoravam não só a classificação do Coritiba para a final, como também a vaga na Taça Libertadores da América – primeira participação do futebol paranaense no prestigioso torneio continental.
O Coritiba mediria forças com um carioca, dentro do Maracanã, pelo título brasileiro. Na semifinal das zebras, o Bangu derrotou o Brasil de Pelotas por 3 a 1 – gols de Ado e Marinho (duas vezes) para os alvirrubros; Bira marcou para os gaúchos de Pelotas.
O mundo além do futebol
Por 172 votos a 155, Roberto Requião vence a convenção do PMDB e é o candidato do partido à prefeitura de Curitiba.
O presidente do Banco do Brasil, Camilo Calazans, garante que nenhum agricultor brasileiro ficará sem financiamento para a safra. A declaração é uma maneira de acalmar os produtores rurais, que planejavam bloquear agências do BB enquanto não conseguissem melhor condição de financiamento.
Primeiro-ministro de Portugal por três períodos depois da Revolução de 74, o socialista Mario Soares era indicado pelo seu partido para concorrer à presidência do país.
Relembre todos os capítulos do Diário de 85 do Coritiba
1º/7/1985 – Sem Lela, o Coritiba volta a respirar a Taça de Ouro
2/7/1985 – Seu Ênio dá o recado: Quem treina pensando na namorada não rende”
3/7/1985 – Empate no Recife e uma sombra para Ênio Andrade
4/7/1985 – Renda milionária contra o Corinthians anima o Coritiba
5/7/1985 – Almir pronto para Casão: “Vou marcá-lo que nem carrapato”
6/7/1985 – Evangelino promete bicho molhado contra o Corinthians
7/7/1985 – Lela decide contra o Corinthians
8/7/1985 – O saldo da batalha com o Corinthians: Toby e Índio fora
9/7/1985 – Bicho anima o ambiente no “Beco do Sossego”
10/7/1985 – Dida decide no Alto da Glória e é assaltado na Água Verde
11/7/1985 – Rafael sente o Coritiba na semifinal: “Por que não?”
12/7/1985 – Força máxima contra a crise do Corinthians
13/7/1985 – Coritiba perde no fim e seca o Joinville
14/7/1985 – Sport bate o JEC e mantém o Coxa líder
15/7/1985 – Alimentação em SC preocupa o Coritiba
16/7/1985 – Coxa viaja com uma dúvida para decisão em Joinville
17/7/1985 – Careta de Lela deixa o Coritiba com um pé na semifinal
18/7/1985 – Ênio avisa: “Time meu não tem salto alto”
19/7/1985 – Suspeita de espionagem agita o Alto da Glória
20/7/1985 – Torcida coxa se mobiliza para ver o time chegar à semifinal
21/7/1985 – O Coritiba é semifinalista da Taça de Ouro
22/7/1985 – Bicho milionário para a vaga na semifinal
23/7/1985 – Sem mistério, Ênio define o Coritiba da semifinal
24/7/1985 – Depois do blecaute, gol de Heraldo ilumina o Couto Pereira
25/7/1985 – Ênio Andrade cotado para a seleção brasileira
26/7/1985 – O mago do Coritiba prepara o caminho para a final
27/7/1985 – Coritiba viaja para BH e reserva hotel no Rio
28/7/1985 – Coritiba na final. E Rafael vira santo
29/7/1985 – CBF confirma final em jogo único no Maracanã
30/7/1985 – Na véspera da final, Coxa treina para prorrogação e pênaltis
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