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Dezenas de ônibus com torcedores do Coritiba deixaram Curitiba na noite de 30 de julho rumo ao Rio de Janeiro. | Arquivo/Gazeta do Povo
Dezenas de ônibus com torcedores do Coritiba deixaram Curitiba na noite de 30 de julho rumo ao Rio de Janeiro.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Bem longe do carnaval armado por Castor de Andrade, o Coritiba encerrava sua preparação para a final da Taça de Ouro. No Rio de Janeiro, palco da decisão, passistas e ritmistas da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola presidida pelo patrono do Bangu, faziam o aquecimento para uma festa de todas as torcidas cariocas unidas em torno do Alvirrubro de Moça Bonita. Na Toca da Raposa, em Belo Horizonte, Ênio Andrade preparava o time para uma batalha sem hora para acabar.

O campeão brasileiro de 1985 sairia da final em jogo único. Em caso de empate nos 90 minutos, prorrogação. Trinta minutos extras para os quais o preparador físico Odivonsir Frega garantia que o time estava preparado. Resultado, por exemplo, das atividades no começo da campanha, que incluíam até o time puxando um rolo compressor. Se da prorrogação não saísse o campeão, pênaltis. Na Toca, Ênio dedicou um tempo para que seus jogadores ensaiassem as cobranças.

Com bola rolando, o técnico coxa-branca prometia repetir a estratégia das fases anteriores. Cobertura atenta dos laterais, redução do espaço no meio-campo e busca pelos contra-ataques que o jogo ofensivo do Bangu iriam permitir. Foi jogando assim que o Coritiba chegou à final, apesar do nariz torcida da imprensa nacional.

“Só pra falar do Coritiba. Estão negando todo um trabalho sério e dedicado que está sendo feito no Paraná. O futebol paranaense está crescendo e poucos estão vendo. O Coritiba trabalhou com aplicação, determinação e seriedade para chegar à finalíssima”, protestou o treinador.

O conto de fadas do Bangu

Comprei três carros este ano. E todos eles foram pagos pelo doutor Castor. Ele mesmo me pediu os carnês para pagar.

Marinho atacante do Bangu, resumindo o estilo de gestão do bicheiro Castor de Andrade, patrono do clube carioca.
O Atlético com o Coritiba

O momento é de união, de torcermos pelo sucesso do Coritiba e pensarmos num futuro melhor para o nosso futebol.

Walmor Zimermann presidente do Atlético.

O mundo além do futebol

No Paraná

A convenção do PMDB para definir o candidato a prefeito de Curitiba segue rendendo. O grupo do derrotado Amadeu Geara acredita na anulação da convenção, diante da suspeita de uso da máquina do estado (governado por José Richa) e do município (administrado por Maurício Fruet) em prol do vencedor Roberto Requião.

No Brasil

O DNER e várias empreiteiras assinam contratos para pavimentação do trecho de 500 quilômetros da BR-364, que ligará Porto Velho, em Rondônia, a Rio Branco, no Acre. A obra permitiria a ligação da capital acreana ao restante do país.

No mundo

A Organização das Nações Unidas pede a proibição total de testes nucleares. É uma resposta à troca de propostas entre Estados Unidos e União Soviética para realização de testes subterrâneos.

Relembre todos os capítulos do Diário de 85 do Coritiba

1º/7/1985 – Sem Lela, o Coritiba volta a respirar a Taça de Ouro

2/7/1985 – Seu Ênio dá o recado: Quem treina pensando na namorada não rende”

3/7/1985 – Empate no Recife e uma sombra para Ênio Andrade

4/7/1985 – Renda milionária contra o Corinthians anima o Coritiba

5/7/1985 – Almir pronto para Casão: “Vou marcá-lo que nem carrapato”

6/7/1985 – Evangelino promete bicho molhado contra o Corinthians

7/7/1985 – Lela decide contra o Corinthians

8/7/1985 – O saldo da batalha com o Corinthians: Toby e Índio fora

9/7/1985 – Bicho anima o ambiente no “Beco do Sossego”

10/7/1985 – Dida decide no Alto da Glória e é assaltado na Água Verde

11/7/1985 – Rafael sente o Coritiba na semifinal: “Por que não?”

12/7/1985 – Força máxima contra a crise do Corinthians

13/7/1985 – Coritiba perde no fim e seca o Joinville

14/7/1985 – Sport bate o JEC e mantém o Coxa líder

15/7/1985 – Alimentação em SC preocupa o Coritiba

16/7/1985 – Coxa viaja com uma dúvida para decisão em Joinville

17/7/1985 – Careta de Lela deixa o Coritiba com um pé na semifinal

18/7/1985 – Ênio avisa: “Time meu não tem salto alto”

19/7/1985 – Suspeita de espionagem agita o Alto da Glória

20/7/1985 – Torcida coxa se mobiliza para ver o time chegar à semifinal

21/7/1985 – O Coritiba é semifinalista da Taça de Ouro

22/7/1985 – Bicho milionário para a vaga na semifinal

23/7/1985 – Sem mistério, Ênio define o Coritiba da semifinal

24/7/1985 – Depois do blecaute, gol de Heraldo ilumina o Couto Pereira

25/7/1985 – Ênio Andrade cotado para a seleção brasileira

26/7/1985 – O mago do Coritiba prepara o caminho para a final

27/7/1985 – Coritiba viaja para BH e reserva hotel no Rio

28/7/1985 – Coritiba na final. E Rafael vira santo

29/7/1985 – CBF confirma final em jogo único no Maracanã

30/7/1985 – Na véspera da final, Coxa treina para prorrogação e pênaltis

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