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Uma nação que luta há décadas para se erguer de problemas históricos, como a miséria endêmica e os conflitos civis, foi jogada ao chão na última terça-feira. O terremoto de 7 graus na escala Richter, o pior dos últimos 200 anos no Haiti, matou milhares de pessoas, de acordo com estimativas iniciais do governo de Porto Príncipe, e destruiu incontáveis prédios públicos, dentre os quais muitos hospitais e escolas. Também ceifou a vida de uma das brasileiras mais admiradas, a médica pediatra e sanitarista Zilda Arns (foto), que teve sua grande obra, a Pastoral da Criança, indicada quatro vezes ao Nobel da Paz. Ela visitava o país caribenho para participar de um evento católico e acertava os detalhes para o início do trabalho na região da entidade que fundou.
Os relatos que chegaram nas horas que se seguiram ao tremor eram de uma terra devastada. Gritos de socorro, pessoas vasculhando os escombros em busca de sobreviventes e dezenas de corpos alinhados ao longo das ruas formavam o cenário de ontem na capital haitiana.
Dentre as mortes, a diplomacia brasileira confirmou ao menos 12 brasileiros, a maioria de militares das forças de paz da ONU. A contagem das vítimas deve aumentar significativamente nos próximos dias, quando a ajuda internacional chegar ao Haiti. Mais de mil soldados brasileiros atuam no país, além de funcionários de empresas privadas e ONGs. A falta de energia elétrica e iluminação pública tem prejudicado os levantamentos mais pormenorizados, bem como a avaliação da real extensão dos danos, de acordo com o Exército.
O número dois do comando civil da missão de paz das Nações Unidas no Haiti, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, está desaparecido. Também não há informações sobre o paradeiro de quatro militares que estavam no quartel da ONU e mais três ainda não localizados em uma base próxima ao bairro Cité Soleil.
Poeira
Nuvens de poeira cobriram a capital Porto Príncipe durante horas após o terremoto, por causa dos desabamentos. Veículos da polícia e das Nações Unidas podiam ser vistos transportando os feridos para atendimento. O Palácio Nacional (foto, abaixo) foi reduzido a escombros e dezenas de milhares perderam suas casas. Muitos estavam ontem nas ruas, implorando pela ajuda de médicos. A maior parte das residências no país são precárias e já oferecem riscos em condições normais.-
"Os hospitais não podem lidar com todas essas vítimas", reconheceu Louis-Gerard Gilles, médico e ex-senador, enquanto ajudava as vítimas. "O Haiti precisa orar. Todos temos que orar juntos."
3 milhões
A Federação Internacional da Cruz Vermelha estimou que até 3 milhões de pessoas tenham sido afetadas. Andando pelas ruas, testemunhas contaram que era possível ouvir o grito de socorro das vítimas presas nos escombros. Fontes das Nações Unidas reconheceram que há um número não divulgado de funcionários da entidade mundial desaparecidos. Em muitos lugares, não havia eletricidade. Entre os desaparecidos está o chefe da missão da ONU no país, o diplomata tunisiano Hedi Annabi. Ele estava no prédio da ONU na capital quando o tremor começou.
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