O delegado Guilherme Rangel pediu mais um mês para concluir o inquérito das investigações do assassinato de Tayná Adriane Adriane Silva, de 14 anos. Ele confirmou a informação nesta quarta-feira (14). O prazo para terminar a apuração do crime venceria nesta quinta-feira (15), mas agora os trabalhos da polícia no caso devem avançar pelo menos até o dia 15 de setembro se a prorrogação for concedida.
Rangel assumiu as investigações no dia 10 de julho, após a Secretaria de Segurança Pública promover mudanças na condução das investigações. Na ocasião, os delegados Agenor Salgado Filho e Silvan Rodney Pereira, que vinham atuando nos trabalhos para apurar os detalhes da morte da adolescente, foram afastados do caso.
Um primeiro inquérito tinha sido entregue ao Ministério Público (MP) pelo delegado titular interino, Fábio Amaro, da Delegacia Alto Maracanã, no dia 5 de julho. O MP, no entanto, analisou o documento e no dia 14, um domingo, pediu em caráter de urgência a soltura dos quatro suspeitos presos inicialmente como autores do crime e que teriam sido torturados.
Desde então, um novo inquérito do caso passou a ser conduzido por Rangel que já estava à frente do caso. Nesse período, o delegado já relatou que chamou dezenas de pessoas para depor e confrontou, por meio de exames de DNA, o sêmen encontrado no corpo de Tayná com diversos suspeitos. Até o momento, ainda não foi possível apontar a autoria do crime ocorrido no último dia 25 de junho.
Procurado, o Ministério Público informou que o órgão tem 15 dias para analisar o pedido de prorrogação e que a investigação transcorre normalmente neste período.
Relembre o caso
No dia 2 de julho, uma semana após o desaparecimento da jovem, os quatro suspeitos iniciais já estavam presos e já haviam confessado o crime. Nesta data, contudo, a perita Jussara Joeckel, do IML, afirmou pela primeira vez que Tayná poderia não ter sido violentada, contrariando a tese inicial dos investigadores.
Apesar da revelação, a Polícia Civil finalizou o inquérito no dia 5 daquele mês, reforçando a primeira teoria: que os quatro rapazes teriam de fato estuprado e estrangulado a garota. No dia 12, no entanto, o resultado de exame de DNA indicou que o sêmen encontrado na calcinha da garota não é compatível com o material genético de nenhum dos quatro acusados.
Esses fatos geraram uma mudança no comando da investigação policial do crime. Desde a conclusão do inquérito pela delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, o caso já contava com a participação do Ministério Público. O laudo também motivou uma visita da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR aos suspeitos, que relatavam que foram torturados pela polícia para confessar os crimes.
No dia 12 de julho, o MP afirmou que os indícios coletados relacionam os suspeitos presos ao crime. Mas, no dia 14 de julho, o promotor Paulo de Lima se manifestou em sentido contrário, afirmando que as provas presentes no inquérito não sustentam uma denúncia e pedindo a soltura dos suspeitos. Nesse meio tempo, o até então advogado de defesa dos suspeitos presos, Roberto Rolim de Moura Junior, foi destituído, sendo substituído por Andrey Salmazo Poubel.
No dia 15 de julho, o ex-defensor afirmou que foi hostilizado durante o depoimento de seus então clientes na Sesp. No mesmo dia, durante a tarde, os quatro presos foram soltos e levados a um pouso provisório pelo Gaeco. Também no dia 15, foi feito o pedido de prisão preventiva de 15 policiais denunciados por supostas torturas ocorridas nas apurações da morte da adolescente.
Em 15 de julho, os quatro suspeitos foram incluídos no programa de proteção a testemunhas. No mesmo dia, 12 dos 14 que tiveram prisão decretada no suposto caso de tortura foram detidos - sendo que a maior parte deles se entregou espontaneamente. O delegado Silvan Pereira, considerado foragido, foi detido no dia 19 de julho.
Diante das suspeitas de tortura, o Gaeco formalizou, no dia 1 de agosto, denúncia contra 21 pessoas que teriam participado ou se omitido na suposta coação aos quatro rapazes, processo no qual em um primeiro momento 16 tiveram a denúncia aceita devido a um desmembramento do processo. Os outros cinco teriam cometido violência em Araucária e em Campo Largo, o que impossibilitaria a Vara Criminal de Colombo de julgar o caso.
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