Cerca de 600 pessoas, entre policiais civis e militares, guardas municipais, além de professores e psicólogos, participaram de um ciclo de palestras sobre pedofilia e internet nesta sexta-feira (21), no Canal da Música, em Curitiba. O encontro foi promovido pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria). O tema se tornou recorrente nas últimas semanas, depois do registro de vários casos de violência e abuso contra crianças ocorridos no Paraná.
O perfil dos pedófilos foi um dos assuntos discutidos. Tânia Guerreiro, do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) da Polícia Militar falou sobre o comportam dos pedófilos. "Normalmente eles são pais, mães e tios extremamente afetuosos com as crianças e não possuem antecedentes criminais. Pedofilia é um crime de todas as classes sociais", explicou.
Os riscos da exposição dos jovens na internet foi outro tema abordado. O delegado do Núcleo de Combate aos Ciber Crimes (Nuciber), Demetrius Gonzaga de Oliveira, disse que atualmente existe uma exposição demasiada e desnecessária na internet. Para ele isso gera diversos casos de redes de pedofilia.
O evento teve como objetivo integrar todos os profissionais que atuam com crianças e adolescentes para aumentar o conhecimento sobre a pedofilia. A secretária da Criança e da Juventude, Thelma Alves de Oliveira, disse que a sociedade como um todo, deve ter responsabilidade ao lidar com a violência contra a criança. "Desde os pais, que devem controlar a exposição de seus filhos, até a mídia que deve tomar o cuidado em não tratar casos como espetáculo, e assim criar uma histeria coletiva", disse a Secretária, segundo a Agência Estadual de Notícias.
Relembre os casos que chocaram o estado
Vários casos de violência contra crianças foram registrados nas últimas semanas no Paraná. O mais recente foi o assassinato da menina Lavínia Rabech da Rosa de 9 anos. A garota foi estrangulada no quarto da casa onde vivia com a família na Vila Esperança, no bairro Atuba, em Curitiba, na madrugada de domingo (16). O andarilho de 45 anos, Mariano Torres Ramos Martins, foi preso e confessou o crime na quarta-feira (19). Martins estaria usando crack com a mãe da criança, Maura da Rosa, dentro da residência.
Uma semana antes, uma menina de três anos foi morta a facadas em Querência do Norte, na região Noroeste do Paraná. O corpo de Pâmela Diele Pedra dos Santos foi encontrado a cerca de 500 metros de sua residência.
Na segunda-feira, a Polícia Militar (PM) prendeu um homem que confessou ter assassinado a criança. Manoel Aparecido Tenório de Miranda, de 20 anos, foi preso na periferia da cidade. Ele teria cometido o crime por vingança, pois a mãe da criança se recusava a namorar com ele.
No começo do mês, o corpo da menina Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, de 9 anos, foi encontrado dentro de uma mala, na Rodoferroviária de Curitiba, com sinais de estrangulamento e violência sexual.
Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina ia e voltava para escola sozinha de ônibus. Um homem suspeito de ser o autor do crime foi preso no domingo (9), mas exames de DNA descartaram a participação do suspeito.
Outra vítima da violência é uma menina de dois anos que teve o corpo parcialmente queimado com álcool. O caso aconteceu em Catanduvas, no Oeste do estado, no dia 5. A criança foi internada no Hospital Evangélico em Curitiba. Edeleu da Silva, 48 anos, suspeito do crime foi preso em flagrante. A polícia ainda aguarda o resultado de exame do Instituto Médico Legal (IML) que vai apontar se a menina sofreu violência sexual.
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