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A análise das condições que levaram a morte de Rachel Genofre, a menina de nove anos encontrada morta dentro de uma mala na Rodoferroviária de Curitiba no início deste mês, foi concluída nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Médico Legal (IML). O laudo confirma que Rachel sofreu violência sexual. A causa mortis foi asfixia, como já era estimado pela instituição.
A estimativa do IML dá conta que a garota faleceu entre as 20h e 24h do dia em que desapareceu. Com esse dado, a polícia passa a trabalhar com a hipótese de que o assassino escondeu o cadáver da vítima por um dia - Rachel sumiu numa segunda-feira e o corpo só foi encontrado na madrugada de terça para quarta-feira.
O exame, assinado pelo médico-legista chefe do IML, Carlos Alberto Peixoto Baptista, afirma que Rachel foi amarrada pelos pulsos ainda com vida. "Pelas lesões que ela tinha, a menina lutou contra seu agressor", afirma Baptista. O especialista declara ainda que as lesões foram todas simultâneas, ou seja, Rachel não sofreu abusos anteriores àquele que a vitimou.
Além disso, uma bateria de exames toxicológicos foi realizada e, segundo o membro da intervenção ao IML Antônio Caccia, a criança não foi drogada. Nenhuma das cinco delegacias especializadas que investiga a morte quis comentar o caso.
Crime
Rachel estava desaparecida desde as 17h30 do dia 3 de novembro, quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina ia e voltava diariamente sozinha do bairro Guaíra, onde morava, até a escola, no Centro, de ônibus. O desaparecimento já estava sendo investigado desde essa data pelo Serviço de Investigação de Criança Desaparecida (Sicride).
A mala com o corpo de Rachel foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual da rodoferroviária por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do colégio e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram preliminarmente que a menina havia sofrido violência sexual.
O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30 do dia 6 deste mês no Cemitério do Santa Cândida. O sepultamento aconteceu debaixo de muita chuva, acompanhado por mais de cem pessoas, entre amigos, colegas de escola e familiares.
Os suspeitos
A polícia ouviu o depoimento de um suspeito do assassinato da menina Rachel na tarde da 7 de novembro. O homem, no entanto, não ficou preso e depois de ouvido foi liberado. Mesmo assim, os policiais recolheram amostras para exame de DNA, para comparar com o material encontrado junto com o corpo da menina.
O ex-presidiário Jorge Luiz Pedroso Cunha, de 52 anos, foi preso em 9 de novembro em Itajaí, Santa Catarina. Cunha chegou a ser considerado o principal suspeito do crime, mas também foi descartado por falta de provas. Ele permanece preso por outro crime.
No dia 10, cinco delegacias especializadas de Curitiba montaram uma força-tarefa para solucionar o caso: Sicride, Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Delegacia de Homicídios e Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
Serviço
Quem tiver informações que possam ajudar nas investigações sobre o assassinato de Rachel pode entrar em contato com a Delegacia de Homicídios pelos telefones 3363-0121 e 3363-1518. A identidade do informante será mantida em sigilo.