Alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP) se reuniram em (nova) assembleia nesta tarde de sábado (30) com colegas de outras escolas ocupadas e voltaram atrás da decisão de desocupar o estabelecimento. Na noite de sexta-feira (28), após outra deliberação, alunos do colégio haviam anunciado que deixariam o prédio neste sábado, rejeitando a proposta mediada pelo Ministério Público com o governo do Paraná, que incluía a desocupação de outras 24 escolas em troca da permanência do movimento no CEP por mais dez dias.
Além de “resistir” no principal colégio público do Paraná, os estudantes ainda “conclamaram” os colegas a ocuparem outras escolas pelo estado.
Do lado de fora do CEP, cerca de cem pessoas permaneceram em vigília, em apoio ao movimento. Muitos carregam flores, como forma de simbolizar a “Primavera Estudantil” - como chamam a mobilização que chegou a ocupar mais de 800 escolas estaduais no estado. Após o fim da assembleia, os apoiadores entregaram as flores aos alunos.
Após o anúncio, os estudantes seguiram para fora do colégio, com a intenção de fazer um protesto na Avenida Cândido de Abreu. Aconselhados pelos adultos da vigília, decidiram ficar “por perto” e interromperam o tráfego da rua Luiz Leão, que passa pela lateral do CEP, em frente ao Passeio Público. A via foi liberada cerca de 15 minutos depois.
Em seu pronunciamento, o movimento de ocupação convocou no Colégio Estadual uma reunião entre alunos de escolas ocupadas da Região Metropolitana de Curitiba para este domingo (30), dia do segundo turno das eleições municipais.
Reintegrações de posse
Ao todo, os 25 estabelecimentos ocupados de Curitiba foram alvo de ordens judiciais de reintegração de posse. Em algumas escolas, os alunos saíram voluntariamente. É o caso do Cesmag, onde estuda Ana Júlia Ribeiro, de 16 anos, que discursou na Assembleia Legislativa, defendendo as ocupações e criticando a proposta de reforma do ensino médio.
Pela manhã, estudantes, pais e professores fizeram uma passeata em defesa do movimento. Eles caminharam do Terminal do Capão Raso até o Colégio Pedro Macedo, que está ocupado e não foi alvo de reintegração de posse até o momento.