Um guarda municipal de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, foi preso nesta segunda-feira (22) pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) por estar supostamente envolvido com as torturas dos quatro rapazes presos inicialmente por ter estuprado e matado a adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, em Colombo.

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A prisão, de acordo com o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, foi pedida na última sexta-feira (19). Nesta segunda-feira, a prisão foi decretada pela Justiça de Colombo. "Vamos ouvi-lo e depois o guarda será levado para algum lugar que não sabemos ainda", explicou Batisti.

De acordo com o coordenador do Gaeco, o guarda municipal não havia sido indicado como um dos torturadores dos quatro rapazes inicialmente, pois não havia provas suficientes contra o oficial. Além do guarda municipal, outras 15 pessoas foram denunciadas por participar das torturas ocorridas nas apurações da morte da adolescente Tayná.

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Entre os suspeitos de tortura, o delegado Silvan Rodney Pereira, que estava no comando da delegacia do Alto Maracanã, também teve a prisão preventiva decretada. Pereira foi preso na tarde da última sexta-feira (19) próximo ao município de Laranjeiras do Sul, na região Centro-Sul do estado. Ele foi detido na rodovia BR-277, em uma operação coordenada pelo Gaeco, com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Outras 13 pessoas já haviam sido presas: nove policiais civis, um policial militar, um guarda municipal, um auxiliar de carceragem e um preso de confiança dos policiais, que, como já estava preso, foi transferido de carceragem.

Quinto suspeito

Na madrugada deste sábado, um quinto funcionário do parque de diversões, onde trabalhavam os quatro rapazes presos inicialmente pela morte da Tayná, foi ouvido pela polícia. Esse quinto homem teria sido levado à delegacia no dia em que os quatro jovens foram supostamente torturados por policiais da Delegacia Alto Maracanã, em Colombo. Porém, ele não tinha seu depoimento incluído no inquérito feito inicialmente pela delegacia, quando estava sob o comando de Silvan Pereira.

O delegado Guilherme Rangel, que está à frente das investigações da morte da adolescente atualmente, afirmou que este quinto funcionário foi realmente ouvido. O interrogado, que prestou depoimento como testemunha e foi liberado. Ele cedeu material genético para confrontar com o sêmen encontrado no corpo da vítima.

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Entenda o caso

A adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, desapareceu no dia 25 de junho quando voltava da casa de uma amiga, nas proximidades de um parque de diversões, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. O corpo da menina foi encontrado no dia 28 de junho. Três dos quatro suspeitos, presos no dia anterior, confessaram ter estuprado e matado Tayná. Um deles não teria participado diretamente do crime. No mesmo dia, o parque de diversões foi depredado e incendiado por moradores da região.

No dia 2 de julho, a perita do Instituto de Criminalística, Jussara Joeckel, afirmou que a adolescente poderia não ter sido violentada, contrariando a tese inicial das investigações. Mesmo com as contradições, a Polícia Civil finaliza o inquérito no dia 5 de julho com a conclusão de que os quatro suspeitos estupraram e estrangularam a adolescente. Porém, no dia 9 de julho o resultado de exame de DNA indicou que o sêmen encontrado na calcinha da garota não é compatível com o material genético de nenhum dos quatro acusados.

Este laudo gerou uma mudança no comando da investigação policial do crime, que já contava, desde a conclusão do inquérito pela delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, com a participação do Ministério Público. O laudo também motivou uma visita da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR aos suspeitos, que relatavam que foram torturados pela polícia para confessar os crimes.

No dia 12, o MP afirmou que os indícios coletados relacionam os suspeitos presos ao crime. Mas, no dia 14, o promotor Paulo de Lima se manifestou em sentido contrário, afirmando que as provas presentes no inquérito não sustentam uma denúncia e pedindo a soltura dos suspeitos pelo crime. Nesse meio tempo, no dia 13, o até então advogado de defesa dos suspeitos presos, Roberto Rolim de Moura Junior, foi destituído, sendo substituído por Andrey Salmazo Poubel.

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No dia 15, pela manhã, o ex-defensor afirmou que foi hostilizado durante o depoimento de seus então clientes na Sesp. No mesmo dia, durante a tarde, os quatro presos foram soltos e levados a um pouso provisório pelo Gaeco. Também no dia 15, foi feito o pedido de prisão preventiva de 15 policiais denunciados por supostas torturas ocorridas nas apurações da morte da adolescente.

Nesta quinta-feira (18), os quatro suspeitos foram incluídos no programa de proteção a testemunhas. No mesmo dia, 12, dos 14 que tiveram prisão decretada no suposto caso de tortura, foram detidos (a maior parte deles se entregou espontaneamente. O delegado Silvan Pereira, considerado foragido, foi detido nesta sexta-feira (19).