O processo contra os suspeitos de matar a universitária Louise Sayuri Maeda, em maio deste ano em Curitiba, foi desmembrado pela juíza Cristine Lopes, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). A medida foi tomada para evitar uma manobra processual, já que a defesa de uma das acusadas solicitou a realização de exames de sanidade mental, o que fez com que o processo contra essa ré ficasse suspenso.
Em seu despacho, a juíza alega que a ré Fabiana Perpétua de Oliveira, de 20 anos, que já solicitou o exame de sanidade, "continua fazendo vários requerimentos nos autos visando à perturbação do bom andamento do feito". Segundo o advogado Gianfranco Petruzziello, assistente de acusação do Ministério Público (MP) no caso, esse tipo de exame é muito demorado e o processo contra Fabiana fica suspenso até que o resultado dos laudos seja divulgado.
Neste mesmo despacho, a juíza marcou a audiência de instrução e julgamento para os réus Elvis de Souza, de 20 anos, e Márcia do Nascimento, de 21 anos, para o dia 22 de novembro. Petruzziello afirmou que ainda não foi notificado sobre a data da audiência. Segundo o TJ-PR, além dos réus, devem ser ouvidas doze testemunhas arroladas pela acusação, sete testemunhas solicitadas pela defesa de Márcia e outras 10 pessoas selecionadas pela defesa de Souza.
Caso
Em agosto, a Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra os acusados da morte de Louise. A promotora de Justiça Marilu Schnaider Paraná de Souza considerou que o crime de homicídio foi triplamente qualificado: teve motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e foi cometido para assegurar que outro crime (os furtos) ficasse impune.
De acordo com o inquérito do caso, o crime foi motivado por vingança e razão da universitária ter denunciado furtos que vinham ocorrendo no caixa da iogurteria onde trabalhava. O crime ocorreu em 31 de maio deste ano, por volta das 23h57, em uma ponte sobre o Rio Iguaçu, situada na Rua Pellanda, Bairro Campo do Santana, em Curitiba. Louise recebeu dois tiros, e, logo em seguida, seu corpo foi arremessado do alto da ponte.
O crime
Segundo as investigações, no início de maio, Louise descobriu uma série de irregularidades cometidas por Márcia, entre elas furtos, e sugeriu aos proprietários da empresa que demitissem a funcionária.
No dia 31 de maio, Louise e Fabiana deixaram juntas o Shopping Mueller, onde fica a iogurteria em que trabalhavam. Segundo a polícia, Márcia convenceu Fabiana a convidar a vítima para ir a um barzinho. Elas entraram em um Gol, onde Márcia e o outro acusado as esperavam.
Eles seguiram até o bairro Campo de Santana, onde Márcia simulou passar mal. Fora do carro, Louise foi levada a um ponto isolado, onde foi executada.
Para auxiliar em um eventual júri popular, a polícia realizou, na noite do dia 15, a reconstituição dos fatos. O procedimento foi realizado com base no depoimento de cada um dos três acusados. O corpo foi encontrado no dia 17 de junho em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba.
Márcia e Fabiana foram detidas na madrugada seguinte à confirmação da morte da universitária. Élvis se entregou à polícia somente no dia 23 de junho, mesma data em que a família fez a cerimônia de despedida e que o corpo de Louise foi cremado.
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