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Da esquerda para a direita: Juarez Pinto, o retrato-falado do criminoso e Paulo Unfried |
Da esquerda para a direita: Juarez Pinto, o retrato-falado do criminoso e Paulo Unfried| Foto:

A Justiça negou na manhã desta sexta-feira (10) o pedido de habeas-corpus a Juarez Ferreira Pinto, acusado de ter matado um jovem e deixado uma jovem paraplégica no Morro do Boi, em Matinhos, litoral do estado, em janeiro deste ano. O pedido foi impetrado pela defesa de Juarez após o surgimento de um novo suspeito, que portava a arma usada no crime e que teria confessado.

Informações da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça dão conta de que a desembargadora Sônia Regina Castro negou o pedido de liberdade e ratificou o pedido de segredo de processual decidido pela vara criminal de Matinhos.

O advogado Nilton Ribeiro, que representa Juarez, não teve acesso ao teor da decisão, cujo despacho deveria ter sido disponibilizado para consulta pública nesta sexta-feira. Ele afirma que está com um novo pedido de habeas-corpus pronto.

Na decisão de 1º grau sobre o relaxamento do regime de prisão preventiva pedido pela defesa, o juiz Rafael Luiz Brasileiro Kanayama, da vara criminal de Matinhos, afirmou que o reconhecimento de Juarez pela vítima Monik Pegorari de Lima era prova suficiente para manter a prisão.

Está marcada para o próximo dia 23 de julho uma acareação entre Monik, Juarez e Paulo em Matinhos, segundo Nilton Ribeiro. Juarez está preso na Casa de Custória de Araucária. Paulo está detido no Centro de Triagem II em Piraquara. Monik vai periodicamente a Brasília fazer tratamento fisioterapeutico.

Segundo a opinião de especialistas consultados pela Gazeta do Povo, se não surgirem provas consistentes contra os dois, ambos podem ser soltos.

Reviravoltas do caso

Osíres e Monik foram atacados na tarde do dia 31 de janeiro, em uma trilha no Morro do Boi. A moça contou aos bombeiros que, chegando a uma gruta, por volta das 17h30, o agressor tentou abusar sexualmente dela.

Na tentativa de defendê-la, o namorado levou um tiro no peito e morreu. A moça foi atingida por um tiro nas costas e ficou caída no local. O agressor voltou até o local do crime e cometeu abuso sexual. A jovem foi resgatada 18 horas depois. Em conseqüência do tiro, Monik perdeu o movimento das pernas. Em 17 de fevereiro, Juarez foi preso em um balneário de Pontal do Paraná, com autorização da Justiça. Ainda no hospital, a estudante reconheceu Juarez como autor do crime.

Cinco meses depois do crime, o caso teve uma reviravolta com a prisão de Paulo Delci Unfried, acusado de roubar e estuprar uma mulher na quinta-feira (25) no Litoral. O que chamou a atenção foi a semelhança dele com o retrato falado do criminoso. Com Unfried foram encontradas duas armas, um revólver calibre 38 e uma garrucha calibre 22.

A polícia realizou um exame de balística e comprovou que o tiro que matou o estudante partiu da arma apreendida com Unfried. Ele, então, confessou o crime na terça-feira (30). O delegado Luiz Alberto Cartaxo de Moura afirmou que a arma foi comprada legalmente em Cascavel (Oeste) e depois passou pela mão de três pessoas. Nenhuma delas era Juarez Ferreira Pinto. De acordo com o delegado Cartaxo ainda não é possível afirmar que ele é o autor do crime. "Falta o Judiciário se pronunciar se Paulo é o autor", afirmou o delegado. Nem a posse da arma, nem a confissão de Unfried fizeram Monik mudar a convicção de que Juarez é o culpado pelo crime. "Ele (Juarez) deixou eu ficar vendo tudo o tempo todo porque achou que eu iria morrer. Por isso é que eu tenho tanta convicção", disse, em Brasília, onde faz tratamento.

Desde a reviravolta, as promotoras Carolina Dias Aidar e Fernanda Maria Motta Ribas se negam a comentar o caso. Elas pediram uma série de requisições para esclarecer o caso, como a reconstituição do crime.

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