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Alguns comerciantes fecharam as portas em solidariedade à família de Alessandra

Aproximadamente 350 pessoas participaram, na tarde desta sexta-feira (14), de uma passeata contra a violência em Castro, município dos Campos Gerais. Os manifestantes pediram a punição dos acusados do assassinato da menina Alessandra Subtil Betim, de 8 anos. A garota foi violentada, espancada e o corpo foi encontrado em um matagal.

Familiares, conhecidos e colegas de escola da menina participaram da passeata que percorreu a principal avenida da cidade. O grupo se reuniu em frente à prefeitura por volta das 14 horas. Os manifestantes caminharam pela Rua Jorge Xavier da Silva carregando cartazes e bexigas brancas.

Uma equipe da Polícia Militar acompanhou a passeata, bloqueando o trânsito em alguns trechos. Alguns comerciantes fecharam as portas de suas lojas em solidariedade à família de Alessandra. A manifestação terminou por volta das 15h30 na Praça João Gualberto.

A dona-de-casa Rosângela Mantovani foi uma das organizadoras da passeata. Ela tem dois filhos e conta que está preocupada, pois a morte trágica de Alessandra é apenas um dos vários casos de violência ocorridos na cidade. "A falta de segurança está presente todos os dias. Assaltos e assassinatos viraram algo comum. Sem falar no tráfico de drogas", diz.

Investigação

De acordo com a delegacia de Castro, peritos do Instituto de Criminalística foram até a residência onde Alessandra teria sofrido o abuso e as agressões. Peças de roupas e colchonetes foram trazidos para Curitiba para serem analisados, mas não há previsão para o resultado do exame de DNA.

João Dorival de Almeida, 28 anos, e Antônio Batista dos Santos, 40 anos, são os dois principais suspeitos do crime. Eles foram presos na terça-feira (11) após serem delatados por vizinhos. Em depoimento um acusou o outro pelo crime, mas nenhum assumiu a autoria. O delegado de Castro, Getúlio Vargas, deve ouvir mais pessoas nos próximos dias e espera o laudo da perícia.

O inquérito deve ser encerrado na sexta-feira (21). Os suspeitos podem responder por homicídio qualificado, em que a pena de reclusão prevista do Código Penal varia de 12 a 30 anos.

Crime

Alessandra estava desaparecida desde a tarde de domingo (9), quando saiu de casa para ir até uma padaria e não voltou. Seu corpo foi encontrado em um terreno baldio, na Rua EC-1, no bairro Cantagalo 2, a cerca de duas quadras de sua casa.

Exame do Instituto Médico Legal (IML) comprovou que a morte foi causada por traumatismo craniano e que a menina sofreu abuso sexual.

Violência contra criança

Vários casos de violência contra crianças foram registrados das últimas semanas no Paraná. Outros dois casos, além do ocorrido em Castro, terminaram de forma trágica.

Na madrugada de quarta-feira (5) o corpo da menina Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, de 9 anos, foi encontrado dentro de uma mala, na Rodoferroviária de Curitiba, com sinais de estrangulamento e violência sexual.

Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina ia e voltava para escola sozinha de ônibus. Um homem suspeito de ser o autor do crime foi preso no domingo (9), mas exames de DNA descartaram a participação do suspeito.

Em Querência do Norte, na região Noroeste do Paraná, uma menina de três anos foi morta a facadas na noite de domingo (9). O corpo de Pâmela Diele Pedra dos Santos foi encontrado a cerca de 500 metros de sua residência.

Na segunda-feira, a Polícia Militar (PM) prendeu um homem que confessou ter assassinado a criança. Manoel Aparecido Tenório de Miranda, de 20 anos, foi preso na periferia da cidade. Ele teria cometido o crime por vingança, pois a mãe da criança se recusava a namorar com ele.

Outra vítima da violência é uma menina de dois anos que teve o corpo parcialmente queimado com álcool. O caso aconteceu em Catanduvas, no Oeste do estado, na quarta-feira (5). A criança está internada no Hospital Evangélico em Curitiba e o estado de saúde é estável. Edeleu da Silva, 48 anos, suspeito do crime foi preso em flagrante. A polícia ainda aguarda o resultado de exame do Instituto Médico Legal (IML) que vai apontar se a menina sofreu violência sexual.

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