Passada a violenta rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (Oeste do Paraná), que deixou cinco mortos - sendo dois decapitados - e dezenas de feridos, o sistema carcerário do Paraná enfrenta agora a superlotação das unidades.

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Com a destruição do presídio, cerca de 800 presos tiveram de ser transferidos para outras penitenciárias do estado, cujo sistema já estava com lotação máxima. São aproximadamente 19 mil detentos no total.

"O momento é de caos total. O estado inteiro está em crise e há risco real de novas rebeliões", afirma o defensor público Marcelo Diniz, que acompanhou o motim em Cascavel.

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As unidades estão "superlotadas, inchadas", segundo ele. "É impossível confiar que o sistema vai aguentar, porque ele não foi projetado para isso", comenta.

O defensor afirma que as piores situações estão na PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel), vizinha à unidade destruída, e na PEF-2 (Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu 2).

A PIC, por exemplo, é considerada um presídio modelo, mas está agora com quase o dobro de presos. Tem 360 vagas, mas recebeu 250 pessoas vindas da rebelião.

"Ela funcionava numa relação de confiança, com poucos agentes, com presos de bom comportamento, que trabalhavam ou estudavam. Agora, esses presos estão isolados, e chegaram outros de um perfil diferente, naquela tensão, com aquela adrenalina. É preocupante", afirma Diniz.

A PEF-2, que registrou dois princípios de rebelião nos últimos meses, recebeu 150 presos de Cascavel. Se antes tinha vagas sobrando, agora está em lotação máxima.

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A reportagem tentou contato com o diretor do Depen (Departamento Penitenciário do Paraná), Cezinando Paredes, mas ele não atendeu o telefone.

Em declarações anteriores, Paredes afirmou que o governo monitora constantemente o risco de rebeliões e que as transferências estão sendo feitas para onde ainda há vagas.