Contas do governo de 2015 serão relatadas por Linhares
O conselheiro e vice-presidente do Tribunal de Contas (TC) Ivens Linhares foi sorteado nesta quinta-feira relator das contas do governo do estado para 2015. "É uma honra, talvez a missão mais importante e relevante do TC, pela magnitude e importância que tem", comentou. Todo ano, um conselheiro é sorteado para avaliar as contas do governo e, posteriormente, redigir um relatório, a ser votado pelos membros do tribunal que podem aprovar, aprovar com ressalvas ou rejeitar a prestação.
De 2010 a 2013, o TC aprovou as contas do governo com ressalvas. Na última prestação, de 2013, foram 15 ressalvas, incluindo o gasto percentual em saúde abaixo do mínimo exigido. Além disso, os critérios utilizados pelo TC e pelo governo do estado para calcular o gasto com pessoal estão sendo questionados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
"Tudo isso merece uma atenção especial. O TC tem debatido a tempo o que pode compor esses índices. Mas acho que o importante é que a notícia tenha sido dada agora, para que, a partir da semana que vem, a gente possa conseguir fazer o acompanhamento [dos gastos do estado]", comentou Linhares.
Em sua primeira coletiva como presidente do Tribunal de Contas do Paraná (TC), o conselheiro Ivan Bonilha acenou uma "bandeira branca" para os prefeitos do interior do estado. Ele se comprometeu a reduzir burocracias e não punir erros considerados meramente formais. Conselheiro desde 2011, Bonilha foi eleito presidente da corte em dezembro do ano passado, e ficará no cargo até o fim de 2016.
A transmissão do cargo de presidente, que era exercido por Artagão de Mattos Leão, foi realizada na tarde desta quinta-feira (15). Além de Bonilha, tomaram posse o novo vice-presidente, Ivens Linhares, que se tornou conselheiro em outubro do ano passado, e o novo corregedor, Durval Amaral.
No ano passado, a Associação dos Municípios do Paraná (AMP) e o TC entraram em rota de colisão. Os prefeitos acusavam o tribunal de ser excessivamente rigoroso, e chegaram a patrocinar um projeto de lei, apresentado por Ademir Bier (PMDB) reduzindo os poderes do tribunal que acabou sendo retirado de tramitação pela Mesa Executiva. O tribunal, por outro lado, aumentou em 179% o número de multas a prefeituras no primeiro semestre de 2014.
Segundo Bonilha, já há um debate no TC que visa reduzir parte da burocracia o que chamou de "burrocracia". "Teremos uma disposição franca e aberta para focarmos a cobrança em pontos importantes, estabelecendo um critério de desmerecer algumas burocracias que em nada ajudam a boa administração. Há uma intenção firme de rever alguns procedimentos para otimizar o trabalho de prestação de contas", disse. Ele diz, ainda, que isso pode ajudar a reduzir e otimizar o volume de processos.
Ligações políticas
Servidor de carreira, Bonilha deixou o TC para atuar na parte jurídica da campanha de Beto Richa (PSDB) para a prefeitura de Curitiba. Depois disso, foi procurador-geral do município e procurador-geral do estado, quando Richa assumiu o governo, em 2011. Com o seu apoio, foi eleito conselheiro ainda em 2011, pela Assembleia.
Apesar dessa ligação política com o governador, ele diz que isso não influenciará seu trabalho. "Nunca fui filiado a partido político, fui convidado a ser procurador por critérios extremamente técnicos", diz. Ele relembra, ainda, que foi colega de faculdade do prefeito Gustavo Fruet (PDT) adversário político de Richa. Em 2014, ele foi responsável por suspender o edital de licitação do metrô de Curitiba, decisão criticada pelo ex-colega.
Novo prédio
Bonilha comentou, também, as acusações de irregularidades na licitação de um novo prédio para o TC. Ele disse que todas as instituições públicas podem, eventualmente, passar por situações "constrangedoras" como esta, mas elogiou a postura de Artagão durante o processo.
"Muito mais importante do que ter havido uma intercorrência em uma instituição é saber o que os dirigentes fizeram a partir do momento que tiveram notícia disso. Na minha visão, o presidente tomou as providências necessárias", comentou. Ele disse que ainda "não avaliou" a necessidade de se construir um novo prédio para o TC.
Os bastidores da posse de Bonilha
Saiba o que aconteceu durante a posse de Ivan Bonilha na presidência do Tribunal de Contas do Paraná:
Amigos e rivais
Por alguns minutos antes da cerimônia de posse de Ivan Bonilha na presidência do TC, a maior parte das figuras mais importantes da política paranaense na atualidade estava reunida no gabinete da presidência. Inclusive, rivais entre si. Por exemplo: os três principais pré-candidatos à prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), Ratinho Jr. (PSC) e Luciano Ducci (PSB) estavam em rodas de conversa a poucos passos um do outro. Nesse caso, melhor falar apenas sobre amenidades.
Recusando convites
De todos os chefes de poder no Paraná, eleitos, teoricamente eleitos ou em exercício, o único que não compareceu à posse de Linhares foi Valdir Rossoni (PSDB). O gesto pode ser entendido como uma gentileza: na sua ausência, quem representou a Assembleia foi o vice Artagão Júnior (PMDB), filho do conselheiro Artagão de Mattos Leão, que deixava a presidência do TC. Causou estranheza, entretanto, que ele também não esteve presente na posse de Beto Richa (PSDB), no Palácio Iguaçu .
Dois equívocos
Escolhido para falar em nome dos conselheiros do TC, Nestor Baptista quis encher a bola, ao mesmo tempo, dos conselheiros empossados na direção e de Beto Richa. Disse que o governador foi sábio em suas três escolhas para o tribunal: Ivan Bonilha, Durval Amaral e Ivens Linhares. Por um lado, apenas Linhares foi, de fato, indicado pelo governador. Por outro, ele "esqueceu" de Fabio Camargo, atualmente afastado de suas funções, que também foi indicado pela Assembleia, assim como Bonilha e Amaral no mesmo período.
Último ato
Durante a cerimônia de posse, Artagão fez questão de lembrar seu último ato como presidente do TC: a inauguração de um restaurante dentro do prédio. Entretanto, a inauguração ocorreu antes do término das obras. O próprio release do tribunal admite que alguns itens do mobiliário estão "em fase de instalação" e que "caberá ao novo presidente" definir como a estrutura será operada. A obra custou R$ 1 milhão.
No gogó
No fim da sessão de posse, o microfone falhou enquanto o Hino do Paraná estava sendo executado. A cantora lírica responsável pela interpretação teve que forçar um pouco a voz e cantar o hino no gogó. Como a letra é bem menos conhecida que, digamos, a do Hino do Brasil, pouca gente se arriscou a acompanhá-la.
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