Para Agripino Maia, presidente do DEM, demissão deveria ter ocorrido há mais tempo para preservar a imagem da estatal| Foto: Antônio Cruz

Parlamentares da oposição avaliam como "tardia" a saída de Graça Foster da presidência da Petrobras. A estatal enviou um comunicado nesta quarta-feira (4) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciando a renúncia de Graça. A nova diretoria será eleita em reunião do Conselho de Administração na sexta-feira (6).

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Para o presidente do DEM, José Agripino (RN), a medida já deveria ter ocorrido para evitar, entre outras perdas, a queda brusca de investimentos estrangeiros à empresa. "Acredito que a solução deveria ter ocorrido há mais tempo. Não por questões pessoais ou por mérito ou demérito da titular, mas por questão da imagem da estatal perante os segmentos financeiros", disse Agripino.

O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), lembrou que, deste de outubro a oposição já pedia o afastamento. "Essa demissão foi tardia. A oposição já pedia isso desde outubro para ter tranquilidade para investigar", disse. "Graça Foster tinha uma missão: limpar a barra do governo na Petrobras, não contribuir com provas que pudessem levar a participação do governo, do PT e dos aliados - PMDB, PP - nos desvios. Nos três anos da gestão de Graça Foster perdas e perdas foram se acumulando disse Carlos Sampaio."

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O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), disse que a demora na substituição é uma demonstração de que a presidente "perdeu o comando do país". "Dilma Rousseff só age quando a situação chega a um nível insustentável, foi preciso quase um ano desde quando eclodiu o escândalo da Lava Jato", avaliou o deputado.

Para o líder do DEM no Senado , Ronaldo Caiado (GO), o afastamento de Graça traz à tona um problema mais grave: a falta de nomes aptos para assumir a estatal.

"Ninguém quer assumir a Presidência da Petrobras. A ingovernabilidade é da Graça Foster ou da presidente Dilma? Quem tem credibilidade vai assumir o cargo com um conselho de administração tutelado pela Dilma? Presidente da Petrobras hoje não tem autonomia, tem postura de rainha da Inglaterra. Dilma deixou a empresa sem comando", disse Caiado, em nota.