O presidente nacional do PT, Rui Falcão, anunciou nesta quarta-feira (11) que o partido processará o ex-gerente da Petrobrás Pedro Brausco, que acusou o tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto, de ser um dos intermediários de receber US$ 200 milhões em propinas para o PT. Em entrevista coletiva em São Paulo, Falcão chamou Barusco de "bandido".
"É bandido porque se confessou ladrão", disse Falcão, salientando que a interpelação cível e criminal. "É contra esse bandido que acusa o PT sem provas. E isso vai valer para qualquer outro, criminoso ou não".
A medida faz parte da ofensiva dos dirigentes para promover a defesa do partido. Falcão anunciou também que vai questionar a direção da Polícia Federal e do Ministério da Justiça sobre suposto direcionamento e vazamento "seletivo" das investigações.
O PT afirmou que tomará todas as medidas na semana seguinte a do Carnaval. O pacote de contra-ataque do PT é composto pelo processo contra Barusco, um pedido para que a PF abra uma sindicância para averiguar se há vazamento e de onde isso parte. Os petistas querem que a PF investigue também se há "vazamento seletivo" e qual a linha de investigação e se há orientação na linha de investigação das autoridades judiciais.
"Ele (Barusco) fala que começou a pegar propina desde 1997 e não há uma pergunta sobre o período anterior ao PT no governo", disse Falcão para quem "há uma indução na tentativa de criminalização do PT".
Rui Facão questiona também a permanência nas investigações de delegados da PF que teriam se manifestado em redes sociais a favor do adversário da presidente Dilma Rousseff Aécio Neves (PSDB) nas eleições do ano passado. Segundo o presidente do PT, esses são "delegados que se manifestaram durante a campanha eleitoral dizendo que Aécio é o cara e fazendo menções depreciativas de Lula e Dilma".
Para Falcão, agentes públicos não têm liberdade de expressão, mas obrigação de impessoalidade. O mesmo pedido feito para a PF será cobrado em uma representação ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O PT também fará um documento de reclamação ao Conselho Nacional do Ministério Público questionando a atuação dos procuradores.
O presidente do PT voltou a defender João Vaccari neto dizendo que está certo de que o tesoureiro não embolsou dinheiro e voltou a afirmar que o dinheiro recebido pelo PT foi por meio de doações legais. Rui Facão disse ainda não ter havido tráfico de influência para que empresas contratadas pela Petrobrás doassem vultosas quantias ao partido.
Apesar de na semana passada, durante encontro do PT em Belo Horizonte, o presidente petista ter dito que "algumas pessoas" do Judiciário participam de uma suposta tentativa de criminalização do PT, as críticas dele hoje foram direcionadas apenas à polícia e ao MP. A atuação do juiz Sérgio Moro, da operação Lava-Jato, não foi citada pelo dirigente petista.
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