A maioria dos servidores lotados nos cargos supostamente ilegais da Sanepar tem ligação política com o governador Beto Richa (PSDB) ou com aliados do tucano. Na lista, há desde pessoas que já exerceram cargos públicos, como ex-vereadores, ex-prefeitos e ex-deputados, passando por doadores de campanha até a esposa do secretário de Segurança Pública Fernando Francischini (SD).
A empresa afirma que os cargos são preenchidos por “profissionais qualificados”. A lista é referente ao final de março, data fixada pela Constituição Estadual como prazo para divulgação da relação de servidores do estado.
Dos 30 funcionários atualmente lotados na função de consultores estratégicos, oito exerceram mandato no passado. Quatro são ex-prefeitos: Sâmis da Silva, de Foz do Iguaçu; Eliezer Fontana, de Corbélia; Flávio Maiorky, de Santo Antônio da Platina; e Vilson Goinski, de Almirante Tamandaré. Além disso, também estão lotados Jair Cézar e Antônio Borges dos Reis, ex-vereadores de Curitiba; José Lúcio Cioni, ex-deputado federal; e Walmor Trentini, ex-deputado estadual e presidente do PSDB de Paranavaí.
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Consta também na lista de consultores da companhia a esposa de Francischini, Flávia Jaber Francischini. Antes de ingressar no quadro da Sanepar, ela estava lotada em um cargo de diretoria no Departamento de Trânsito do Estado (Detran). Flávia foi nomeada no último dia 23 de março.
Outros consultores estratégicos doaram dinheiro diretamente para a campanha de reeleição de Beto Richa, em 2014. Flávio Slivinski doou R$ 36 mil; Trentini colaborou com R$ 20 mil; e Giovani Soares de Brito, R$ 15 mil. Todas essas doações foram feitas em cheque.
Já Renata Bley Ferreira doou R$ 1 mil, em depósito bancário. Além disso, há registros na internet da participação de pelo menos cinco outros servidores que participaram de campanhas de Richa, além outros aliados do tucano ao longo dos últimos dez anos. Há também ex-dirigentes de secretarias e empresas públicas.
Outro indício de loteamento político dos cargos de consultor estratégico é a proporção de filiados a partidos políticos entre os nomeados. Ao todo, 18 pessoas que ocupam os cargos são filiados a siglas da base aliada de Richa – nove deles ao PSDB. Isso representa 60% dos comissionados. Na Assembleia, cujos cargos de comissão são geralmente ligados a políticos, esse índice é de 47% – dado referente a março de 2015. Entre os comissionados da administração direta do governo, a marca era de 27% no final de março.
Redução
Desde o início de 2015, o governo tem “economizado” cargos comissionados na administração direta. Entre março de 2014 e março de 2015, houve uma redução de 24% no número de cargos preenchidos pelo governo –equivalente a cerca de mil funcionários. Na administração direta, porém, a “economia” parece não existir.
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