Desde o início da implantação do sistema de cotas raciais e sociais na Universidade Federal do Paraná (UFPR), 24 candidatos entraram - até esta terça-feira (22) - na Justiça por se sentirem prejudicados com o novo método adotado pela instituição. Dos que ingressaram com ações, 21 tiveram seus pedidos indeferidos e apenas três candidatos conseguiram se matricular por força das liminares. Realizado em duas etapas - a primeira fase no dia 28 de novembro e a segunda nos dias 19 e 20 de dezembro o vestibular 2005 da UFPR recebeu 4.144 novos calouros. Deste total, 885 vagas foram reservadas aos cotistas oriundos das escolas públicas e 521 para cotistas afro-descendentes.
Apesar das liminares, a UFPR pretende manter o sistema de cotas. "O sistema de cotas aumenta as oportunidades das pessoas que têm talentos e que podem dar suas contribuições para a sociedade. Ele é fundamental para a sociedade, por ser um processo legal, justo socialmente e constitucional. Temos plena certeza que a sociedade compreende o processo e acredita na Justiça do programa", afirma a procuradora jurídica da UFPR, Dora Lúcia Lima Bertúlio.
Matriculados provisoriamente
O primeiro caso foi o do vestibulando Gabriel Padilha da Silva Freitas, de Engenharia Química, que teve o direito de ocupar uma das vagas do curso. A decisão foi determinada pelo juiz federal substituto Mauro Spalding, da 7.ª Vara Federal de Curitiba, após análise da lista de aprovados no vestibular. A determinação foi realizada dia 7 de março, após a entrega da lista pela UFPR, por meio de mandado de busca e apreensão, contendo todos os aprovados no vestibular para Engenharia Química, com as respectivas notas. A UFPR entrou com recurso no Tribunal Regional Federal (TRF4), de Porto Alegre (RS) e ainda aguarda sentença do juiz Spalding. Lílian Sofia Kovalski e César Augusto Chomiski, dos cursos de Zootecnia e Medicina, respectivamente, também se sentiram prejudicados e entraram com liminares. Os dois, porém, foram aprovados na segunda chamada complementar, divulgada no dia 10. No caso da aluna de Zootecnia, o juiz federal substituto Paulo Cristóvão de Araújo Silva Filho, da 3.ª Vara Federal de Curitiba, havia determinado dia 7 que a UFPR a matriculasse, no prazo de dez dias. Já o candidato Chomiski, que havia conseguido uma liminar da Justiça para ser matriculado, resolveu desistir do processo , em 15 de fevereiro, e anular a medida. A UFPR teria adiantado que ele seria chamado em lista complementar.
No dia 18, a UFPR foi novamente notificada de outra liminar. Desta vez, o juiz federal João Paulo Gebran Neto, da 7.ª Vara Federal de Curitiba, determinou matrícula da candidata de Direito, Elis Wendpap Ceccatto.
Na segunda-feira (21), outra liminar. O juiz federal Fernando Quadros da Silva, da 6.ª Vara Federal de Curitiba, determinou a matrícula da aluna Rosiane Tatiana Toporoski no curso de Medicina.
UEL já teve quatro matriculados por força das liminares
Lula vai trabalhar crise dos deportados internamente sem afrontar Trump
Delação de Mauro Cid coloca Michelle e Eduardo Bolsonaro na mira de Alexandre de Moraes
Crise do Pix, alta de alimentos e Pé-de-Meia mostram que desconfiança supera marketing de Lula
Tiro no “Pé-de-Meia”: programa pode levar ao impeachment de Lula; ouça o podcast