A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) carregou na denúncia contra o Coritiba pelo tumulto após a partida com o Fluminense, domingo. O órgão pede a perda de 30 mandos de campo do clube paranaense, no julgamento marcado para a próxima terça-feira.

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O clube foi denunciado três vezes no artigo 213 (deixar de tomar medidas capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto): pela invasão de campo, pelo tumulto provocado por torcedores e pelo arremesso de objetos. Para cada denúncia foi pedida a pena máxima, de perda de dez mandos, fechando os 30 da solicitação dos procuradores. Também há previsão de multa de R$ 10 mil a R$ 200 mil.

O clube ainda foi denunciado no artigo 211 (deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização), que prevê a interdição do estádio até que sejam atendidas as medidas determinadas pela sentença. A multa, nesse caso, varia de R$ 1 mil a R$ 10 mil.

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É o mesmo valor da punição prevista no artigo 233 (deixar de cumprir obrigação legal por fato ligado ao desporto), por entendimento da procuradoria de que o clube descumpriu o Estatuto do Torcedor.

Assim, em caso de punição máxima, o Coxa só voltaria a jogar no Alto da Glória em 2011 e ainda teria de pagar R$ 620 mil em multa.

Entenda o caso

Após empatar em 1 a 1 com o Flumimense, na última rodada do Brasileirão deste ano, o Coritiba acabou sendo rebaixado para a segunda divisão. Transtornados, alguns torcedores invadiram o gramado do estádio Couto Pereira e partiram para a agressão contra árbitros, funcionários no clube carioca, seguranças e policiais militares.

Pedaços de pau, cadeiras das arquibancadas, bancos de plástico de repórteres, pedaços de grades e alambrados, e até extintores foram usados como arma pelos torcedores ensandecidos. A PM reagiu e com o apoio da tropa de choque tentou controlar o tumulto. Usou de força e balas de borracha para dispersar os invasores. O estádio ficou parcialmente destruído. Um PM foi atingido e precisou ser carregado. Vários torcedores se machucaram no estádio e nos arredores. A confusão se espalhou pela cidade toda, com muita depredação e mais brigas.

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Assustado, o árbitro Leandro Pedro Vuadenrelatou toda a briga em súmula, o que já garantia que ao menos um julgamento o clube iria enfrentar. No dia seguinte o STJD determinou a interdição provisória do Couto Pereira e as imagens ganharam o mundo, causando pedidos de punição severa ao clube. Com a ajuda de denúncias anônimas, alguns torcedores já estão sendo identificados e ajudarão a suavizar uma possível pena.

A Secretaria de Segurança pediu o fim das torcidas organizadas. Dois dias após a confusão, o presidente Jair Cirino repudiou as agressões, rompeu a parceria que tinha com a torcida Império Alviverde (acusada por ele de ser a mentora do quebra-quebra) e garantiu que é candidato à reeleição. Outros candidatos também deverão participar da disputa.

Retrospectica do Coritiba em 2009