Coulibaly obedecia ao Estado Islâmico e tinha ligação com irmãos Kouachi
O sequestrador de um supermercado judaico de Paris, Amedy Coulibaly, disse à emissora de televisão BFMTV antes de morrer em uma operação da polícia que "obedecia ao califa do Estado Islâmico", Abu Bakr al Bagdadi, e que atuou em conjunto com os irmãos Kouachi, suspeitos de serem os autores do ataque contra o Charles Hedbo. "Não estivemos em contato (após começaram os crimes). Só nos coordenamos no início, eles com o Charlie Hebdo e eu com os policiais", explicou Coulibaly pare o canal, que só divulgou as imagens após a morte dos terroristas. O jihadista assassinou uma policial em Montrouge, no sul de Paris, e nessa sexta tomou durante cerca de duas horas vários reféns no supermercado Hyper Cacher.
Chérif Kouachi, o menor dos dois irmãos que atacaram na quarta-feira o Charlie Hebdo, disse à BFMTV da fábrica onde se refugiaram ao fugir da polícia que recebeu ordens e financiamento da Al Qaeda no Iêmen. O extremista afirmou ainda que foi treinado pelo imã Anwar al Awlaki, americano assassinado em setembro de 2011 em um ataque aéreo de drones americanos no Iêmen.
Al Qaeda planeja ataques em grande escala no Ocidente, diz chefe do MI5
O chefe do MI5, serviço de inteligência do Reino Unido, revelou nesta quinta-feira (8) que o braço da rede Al Qaeda na Síria planeja "atentados em grande escala" no Ocidente. Falando em Londres um dia após o ataque contra o jornal parisiense Charlie Hebdo, o diretor do MI5, Andrew Parker, alertou para o risco de atentados no Ocidente por parte de combatentes vindos da Síria. "Sabemos, por exemplo, que um grupo de terroristas fanáticos da Al-Qaeda na Síria planeja atentados em grande escala contra o Ocidente".
Cúmplice dos responsáveis pelos atentados de Paris é procurada pela polícia
A polícia francesa procura neste sábado por Hayat Boummedienne, de 26 anos, que seria cúmplice dos recentes atentados na região de Paris e a única suspeita que continua viva - depois da morte ontem dos dois autores do massacre da Charlie Hebdo e do homem que fez reféns em um supermercado.
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Autoridades francesas acreditam que Hayat Boumeddiene, a namorada de um dos atiradores que morreu durante incursão policial para conter ataque a uma loja kosher na sexta-feira (9), deixou a França um dia depois do Ano Novo e chegou à Síria, disseram fontes familiarizadas com o assunto neste domingo.
Veja fotos de Paris e da repercussão dos ataques
A polícia está em busca de Boumeddiene desde que seu parceiro, Amedy Coulibaly, foi identificado como suspeito de atirar em uma policial na quinta-feira e invadir uma mercearia kosher em Paris na sexta-feira, deixando quatro reféns mortos.
A jovem casou-se com Coulibaly em uma cerimônia islâmica não reconhecida pelo governo francês, que utiliza o nome de solteira de Hayat para se referir a ela durante as buscas.
Autoridades da França descreveram Boumeddiene como uma pessoa perigosa que tem treinamento para usar armas de fogo.
Boumeddiene teria deixado a França em 2 de janeiro, conforme as mesmas fontes, antes de a capital francesa ser mergulhada em uma onda de violência de três dias que começou com o ataque à revista satírica Charlie Hebdo na quarta-feira.
As fontes disseram ainda que ela chegou à Síria a partir da Turquia. Não está claro se Boumeddiene foi para a Síria para se juntar a um dos grupos radicais islâmicos que lutam na guerra civil.
O Ministério da Justiça francês emitiu na sexta-feira alerta de procurados por Boumeddiene e Coulibaly pela ligação com o assassinato de uma policial perto de Paris na quinta-feira e o ataque à Charlie Hebdo na quarta-feira. Mas as autoridades do país disseram ontem que não havia indicação de que Boumeddiene estava presente no cerco à mercearia. Fonte: Dow Jones Newswires.
França já prendeu 13 suspeitos de envolvimento com ataques
A polícia francesa prendeu até agora 13 pessoas suspeitas de terem envolvimento com os três atentados registrados esta semana na França, que deixaram 17 mortos - sem contar os três terroristas.
As fontes judiciais esclareceram que são pessoas do entorno dos jihadistas, mas não deram detalhes sobre a identidade dos detidos ou os locais de detenção.
A polícia não deu ainda por finalizada a busca de cúmplices dos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, que mataram na quarta-feira 12 pessoas na revista "Charlie Hebdo", e de Amedy Coulibaly, que ontem manteve 15 reféns em um mercado kosher de Paris e que na quinta-feira tinha matado uma policial.
Quem é especialmente procurada é Hayat Boummedienne, de 26 anos, namorada de Coulibaly, de 32 anos, e amiga de Chérif Kouachi, o mais novo dos irmãos, e da esposa dele, Izzana Hamyd, que já teria sido detida, segundo a imprensa francesa.
A justiça francesa quebrou o sigilo telefônico de Boummedienne, o que provou trocou em 2014 mais de 500 ligações com Hamyd, o que, destacou ontem a promotoria de Paris, demonstra os "vínculos constantes e sustentados entre os dois casais".
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou que irá reforçar o dispositivo de proteção antiterrorista Vigipirate com meios adicionais para proteger certas instituições e lugares de culto, enquanto o primeiro-ministro, Manuel Valls, ressaltou que a mobilização do Estado "é indispensável".
Reflexo do clima de tensão que a França ainda vive é a sucessão de falsos alertas de bomba nas últimas horas, como uma que levou hoje a evacuar um hotel do complexo Eurodisney, ao leste de Paris, situação que já foi normalizada.
Três terroristas são mortos e Al Qaeda assume atentado ao Charlie Hebdo
Horas depois de a polícia francesa matar os dois suspeitos de participarem do atentado ao jornal francês Charlie Hebdo, na tarde desta sexta-feira (9), um integrante da Al Qaeda no Iêmen disse que o grupo foi responsável pelo ataque à publicação. A ação, na manhã de quarta-feira (7), deixou 12 mortos.
Um integrante do grupo, conhecido como Al Qaeda da Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês), enviou à agência de notícias Associated Press. "A liderança da AQAP dirigiu as operações e escolheu seu alvo cuidadosamente", afirmou. Ele disse ainda que o ataque foi "uma vingança pela honra" do profeta Maomé.
No comunicado, ele afirma que o ataque correspondia aos alertas feitos pelo líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, morto em maio de 2011, ao Ocidente sobre "as consequências da persistência na blasfêmia contra as santidades muçulmanas". O integrante da Al Qaeda acrescentou que o grupo demorou em reivindicar autoria pela ação por "razões de segurança".
Mortes
Os irmãos Said Kouachi e Chérif Kouachi, que teriam participado do ataque o Charlie Hebdo, e Amedy Coulibaly, um islamita radical francês de 32 anos, foram mortos pelas forças policiais nesta sexta-feira. Os irmãos Kouachi se refugiaram em uma empresa em Dammartin-en-Goele, a nordeste de Paris, onde fizeram um refém.
Agentes do corpo de elite da Gendarmaria, o Grupo de Intervenção da Gendarmaria Nacional (GIGN), subiram no teto de uma das edificações da empresa e mataram os dois ao invadir o local encerrando uma caçada iniciada na quarta-feira após o atentado ao Hebdo. O refém saiu ileso e um policial teria ficado ferido.
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Coulibaly foi morto por policiais após fazer cinco reféns em um mercado kosher (com produtos para judeus) Hyper Cacher em Paris. Coulibaly também é suspeito de ter assassinado uma policial municipal francesa na quinta-feira (8). Quatro reféns morreram na invasão ao supermercado, mas as circunstâncias ainda não estão esclarecidas. Não se sabe, por exemplo, se os reféns foram mortos por disparos dos policiais ou por Coulibaly.
No ataque ao mercado, o radical teria tido ajuda de uma jovem, identificada pela polícia como Hayat Boumeddiene, de 26 anos. Ela é companheira de Coulibaly e também é suspeita de auxiliá-lo no assassinato da policial em Montrouge, no sul de Paris. Boumeddiene é procurada pela polícia.
A rede de televisão francesa BFM TV disse ter recebido uma ligação de Coulibal. Ele já estava no supermercado e queria falar com a polícia. Em conversa com os repórteres, Coulibaly afirmou trabalhar para o grupo extremista Estado Islâmico, que atualmente ocupa áreas da Síria e do Iraque. Ele também afirmou ter "sincronizado" o assassinato da policial, na quinta-feira, com a ação dos irmãos Kouachi.
Terror no supermercado
O ataque ao supermercado judaico em Paris, no distrito de Vincennes, começou na manhã desta sexta-feira. "Já sabem quem eu sou", disse Amedy Coulibaly ao entrar na loja Hyper Cacher, que vende produtos kosher, consumidos pela comunidade judaica. Imagens do supermercado mostraram dezenas de policiais armados e aglomerados do lado de fora das duas entradas. A ação começou com tiros e uma explosão junto à porta. Depois, os reféns foram retirados às pressas.
Coulibaly foi condenado em dezembro de 2013 a cinco anos de prisão por tentar ajudar na fuga do islamita Smaïn Aït-Belkacem, um antigo membro do Grupo Islâmico Armado (GIA) argelino que cometeu um atentado na estação de trem do Museu de Orsay, em Paris, em 1995, deixando 30 feridos.
O caso uniria os nomes de Coulibaly e de Chérif Kouachi, o mais novo dos dois irmãos envolvidos no massacre na Charlie Hedbo. Kouachi também esteve relacionado com a tentativa de fuga de Smaïn Aït-Belkacem e foi detido com ele.
Segundo a emissora France Info, Coulibaly vivia em Fontenay-aux-Roses e teria tido contato com o grupo jihadista da chamada "rede de Buttes Chaumont", no distrito XIX de Paris, onde Chérif Kouachi estava radicado. Boumeddiene é a companheira de Coulibaly desde 2010 e viveu em sua casa enquanto este cumpriu pena na prisão, segundo o jornal Le Monde.
Cerco aos irmãos Kouachi
O cerco aos irmãos Kouachi começou quando os suspeitos foram avistados na região de Dammartin-en-Goele, na manhã desta sexta. Eles se refugiaram em uma empresa, onde fizeram um refém, após fugir das forças policiais francesas desde quarta-feira. Às 16h55 (13h55 de Brasília) foram escutados os primeiros disparos no local, acompanhados de explosões que pareciam vir de granadas de fumaça.
Os dois irmãos saíram da fábrica e dispararam em direção às forças de segurança, que revidaram e acabaram matando os dois suspeitos. Segundo as primeiras informações, o refém, um homem de 26 anos, escapou ileso, enquanto pelo menos um policial ficou ferido. De acordo com negociadores que participaram da operação, os suspeitos teriam dito que "pretendiam morrer como mártires".
Dammartin-en-Goele fica a cerca de 40 quilômetros do local onda a polícia vinha procurando os dois irmãos. É uma pequena cidade na região metropolitana de Paris, próxima ao aeroporto Charles De Gaulle, que restringiu suas operações devido ao aparato policial. Mais cedo, tiros foram ouvidos na cidade e uma fonte da polícia disse que as forças de segurança estavam perseguindo um veículo numa rodovia próxima, a A2.
O presidente da França, François Hollande, chegou a interromper nesta sexta-feira a terceira reunião de crise com os membros de seu governo devido à tomada de reféns em Dammartin-en-Goële. O gabinete de crise tinha começado às 9h (horário local, 5h em Brasília). O chefe de Estado retornou a seu escritório após ser informado do curso recente dos eventos.
Os suspeitos são dois irmãos franceses filhos de argelinos, e já estavam sob observação da polícia. Cherif Kouachi, um dos suspeitos, ficou 18 meses na prisão por fazer parte de uma célula islâmica que alistava cidadãos franceses em uma mesquita no leste de Paris para que fossem ao Iraque combater os norte-americanos. Ele foi preso antes de partir para o Iraque.
Um descuido dos dois teria ajudado nas investigações. A carteira de identidade de Said foi perdida no carro usado na fuga logo após o atentado ao jornal. O veículo foi localizado pela polícia francesa horas depois abandonado. Um terceiro suspeito teria participado do ataque ao Charlie Hebdo na quarta, mas ele está preso. Na madrugada desta quinta-feira, um homem de 18 anos de idade, Hamyd Mourad, se entregou à polícia em Charleville-Mézières, cerca de 230 quilômetros a nordeste de Paris, perto da fronteira com a Bélgica.
Ainda na quarta à noite, a polícia divulgou fotos dos dois irmãos Kouachi, dizendo que estavam "armados e perigosos".
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