Segundo o juiz, o reconhecimento de Monik mantém Juarez como acusado do crime
Advogados sustentam que estudante foi induzida ao erro
O perito Rodrigo Soares Santos, contratado pela defesa de Juarez afirmou que a estudante Monik Pegorari de Lima foi induzida ao erro pela polícia no processo de reconhecimento. Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (1º), Santos disse que a utilização de pessoas com biotipos físicos muito diferentes, fez com que a estudante associasse a imagem do criminoso com Juarez. A polícia afirma que seguiu todos os padrões exigidos pelo código de processo penal.
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A Justiça negou, na tarde desta quinta-feira (2), o pedido de liberdade provisória de Juarez Ferreira Pinto. Ele está preso desde 17 de fevereiro acusado de matar o estudante Osíris Del Corso e balear Monik Pegorari Lima, no final de janeiro no Morro do Boi, em Matinhos, no Litoral do estado. O juiz também decretou sigilo nas investigações.
O pedido de relaxamento da prisão foi feito pelos advogados de Juarez na terça-feira (30) depois da confissão de Paulo Delci Unfried. Exame de balística comprovou que a arma encontrada com Unfried foi usada no crime.
Na decisão, o juiz Rafael Luiz Brasileiro Kanayama, da vara criminal de Matinhos, afirma que o reconhecimento de Juarez por Monik é prova suficiente para manter a prisão. As promotoras de Justiça Carolina Dias Aidar e Fernanda Maria Motta Ribas também se posicionaram contra o relaxamento da prisão e emitiram parecer pela permanência de Juarez na cadeia.
Mário Lucio Monteiro Filho, um dos advogados que representa Juarez, informou que a defesa entrou com um pedido de habeas-corpus no Tribunal de Justiça de Curitiba no final da tarde desta quinta.
O juiz também decretou o sigilo temporário do processo contra Juarez e do inquérito instaurado para apurar o envolvimento de Unfried no crime. O objetivo do sigilo seria evitar que a publicidade das investigações influencie na averiguação dos fatos. O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Paraná, vai acompanhar as investigações.
Reviravoltas do caso
Osíres e Monik foram atacados tarde do dia 31 de janeiro, em uma trilha no Morro do Boi e tentavam chegar à Praia dos Amores. A moça contou aos bombeiros que, chegando a uma gruta, por volta das 17h30, o agressor tentou abusar sexualmente dela. Na tentativa de defendê-la, o namorado levou um tiro no peito e morreu. A moça foi atingida por um tiro nas costas e ficou caída no local. O agressor voltou até o local do crime e cometeu abuso sexual. A jovem foi resgatada 18 horas depois. Em conseqüência do tiro, Monik perdeu o movimento das pernas. Em 17 de fevereiro, Juarez foi preso em um balneário de Pontal do Paraná, com autorização da Justiça. Ainda no hospital, a estudante reconheceu Juarez como autor do crime.
Cinco meses depois do crime, o caso teve uma reviravolta com a prisão de Paulo Delci Unfried, acusado de roubar e estuprar uma mulher na quinta-feira (25) no Litoral. O que chamou a atenção foi a semelhança dele com o retrato falado do criminoso. Com Unfried foram encontradas duas armas, um revólver calibre 38 e uma garrucha calibre 22.
A polícia realizou um exame de balística e comprovou que o tiro que matou o estudante partiu da arma apreendida com Unfried. Ele, então, confessou o crime na terça-feira (30). O delegado Luiz Alberto Cartaxo de Moura afirmou que a arma foi comprada legalmente em Cascavel (Oeste) e depois passou pela mão de três pessoas. Nenhuma delas era Juarez Ferreira Pinto. De acordo com o delegado Cartaxo ainda não é possível afirmar que ele é o autor do crime. "Falta o Judiciário se pronunciar se Paulo é o autor", afirmou o delegado. Nem a posse da arma, nem a confissão de Unfried fizeram Monik mudar a convicção de que Juarez é o culpado pelo crime. "Ele (Juarez) deixou eu ficar vendo tudo o tempo todo porque achou que eu iria morrer. Por isso é que eu tenho tanta convicção", disse, em Brasília, onde faz tratamento.
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