Retrato falado
O retrato falado de um suspeito de participar do assassinato de Rachel Maria Lobo foi divulgado na manhã desta sexta-feira (7) pela Delegacia de Homicídios. Um comerciante que trabalha perto da rodoviária disse à polícia que vendeu uma mala semelhante à encontrada com o corpo de Rachel na tarde de terça-feira (4), poucas horas antes do crime ser descoberto. Este vendedor é que teria fornecido a descrição para a produção do retrato.
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Alunos, professores e funcionários do Instituto de Educação Erasmo Pilloto, além de amigos e familiares de Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, fizeram uma passeata pelo Centro de Curitiba na manhã desta sexta-feira (7) para pedir paz e justiça pela morte da aluna. O corpo da menina de 9 anos foi encontrado na madrugada de quarta-feira (5) dentro de uma mala abandonada na rodoviária de Curitiba, com sinais de violência sexual e estrangulamento.
Os 1,5 mil alunos do turno da manhã foram dispensados das aulas após o intervalo. A Polícia Militar (PM) acompanhou a mobilização e estima que participaram da passeata pelo menos mil pessoas.
O grupo saiu às 10h30 da frente do colégio, na Rua Emiliano Perneta, 92, local onde a menina foi vista pela última vez, e caminhou, em silêncio, com camisetas, cartazes e faixas em homenagem à Rachel. Algumas crianças carregavam flores.
A passeata seguiu pelo calçadão da Rua XV de Novembro e terminou em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade. Na escadaria do campus, o grupo cantou e realizou orações.
Antes do início da caminhada, o pai de Rachel, Michael Genofre, falou com a imprensa em uma entrevista coletiva. Disse que, apesar de ser separado da mãe da menina há cerca de oito anos, tinha uma relação muito saudável com a filha. "Eu a amava, ela me amava. Era uma ligação de princípios, de valores", disse.
Quando questionado sobre o motivo por que Rachel ia sozinha de sua casa, na Vila Guaíra, até a escola, no Centro, Genofre se irritou. "Não é uma questão de ir sozinha ou não. Vocês (imprensa) não têm que ficar procurando responsáveis pelo que aconteceu. O culpado é o assassino".
Ao final da passeata, Genofre agradeceu a demonstração de carinho da população, afirmando que Curitiba soube mostrar que é solidária. Por volta das 11h10 a manifestação foi encerrada e o grupo se dispersou.
Crime
Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina era filha de uma professora e ia e voltava todos os dias sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus. O desaparecimento já estava sendo investigado desde a segunda-feira (3) pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).
A mala foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual, por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do Instituto de Educação e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram que a menina sofreu violência sexual.
O crime chocou família, amigos, e pais colegas da menina. Rachel cursava a 4ª série no Instituto de Educação. Filha de pais separados, a menina morava com a mãe e os avós maternos na Vila Guaíra. Em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ela ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Este ano recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso.
O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30 desta quinta-feira(6) no Cemitério do Santa Cândida. O sepultamento aconteceu debaixo de muita chuva, acompanhado por mais de 100 pessoas, entre amigos, colegas de escola e familiares. Crianças carregavam faixas em homenagem à menina.
Serviço
Quem tiver informações que possam ajudar nas investigações sobre o assassinato de Rachel pode entrar em contato com a Delegacia de Homicídios pelos telefones 3363-0121 e 3363-1518. A identidade do informante será mantida em sigilo.
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