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- Polícia divulga retrato falado de suspeito do assassinato de Rachel
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- Corpo de menina é encontrado dentro de mala na rodoviária de Curitiba
Um programa de computador desenvolvido por um professor de Engenharia Industrial da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) pode ajudar a polícia paranaense a desvendar o assassinato de Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre de 9 anos. O corpo da menina foi encontrado na madrugada de quarta-feira (5) dentro de uma mala abandonada na rodoviária de Curitiba. Com o software, o professor Isnard Martins fez a reconstrução facial em três dimensões do principal suspeito do crime, o que deve ajudar na identificação.
O professor usou o retrato falado e as informações divulgadas na manhã desta sexta-feira (7) pela Delegacia de Homicídios. Martins também é professor de criminalista e ministra a disciplina de retrato falado na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Ele diz que trabalhou por cerca de uma hora para concluir a reconstrução facial do suspeito.
Entre as características do suspeito que ele ressaltou estão os vincos da testa e as marcas de expressão no rosto que saem do nariz até a boca. Ele também destacou as bolsas de pele sob os olhos, que seriam características da idade. O suspeito, que segundo as informações da polícia, tem aproximadamente 50 anos. Outras características do homem é ter cerca de 1,68 metro de altura e 70 quilos.
O professor conta que já trabalha na área de perícia criminal há oito anos e há quatro especificamente com retratos falados. O trabalho de elaboração manual do retrato de um suspeito demora entre 45 minutos a 1h30, mas varia conforme a testemunha. "Depende do estado emocional da testemunha. Se também foi vítima do crime ou está ligada à vítima pode demorar até quatro horas", explica.
As partes do corpo mais difíceis de serem descritas pelas testemunhas são geralmente o formato dos olhos, que segundo o professor são decisivos para a identificação do suspeito. Já o cabelo é a característica mais fácil de ser descrita. Ele afirma, porém, que as pessoas que trabalham nesta área são treinadas para extrair as informações corretas das testemunhas. "O trabalho tem de ser feito em uma sala isolada, sem quadros ou qualquer objeto que possa distrair a atenção da testemunha.
Crime
Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina era filha de uma professora e ia e voltava todos os dias sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus. O desaparecimento já estava sendo investigado desde a segunda-feira (3) pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).
A mala foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual, por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do colégio e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram que a menina sofreu violência sexual.
O crime chocou família, amigos, e pais colegas da menina. Rachel cursava a 4ª série no e em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ela ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Este ano recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso.
O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30 desta quinta-feira(6) no Cemitério do Santa Cândida. O sepultamento aconteceu debaixo de muita chuva, acompanhado por mais de 100 pessoas, entre amigos, colegas de escola e familiares. Crianças carregavam faixas em homenagem à menina.
Investigação
Segundo a polícia, o suspeito tem mais de 50 anos, olhos claros, pele morena clara, cabelo curto negro ou castanho. Os policiais estimam que ele tenha cerca de 1,68 metro de altura e 70 quilos. O desenho segue a descrição feita por um comerciante que vendeu uma mala semelhante àquela em que foi encontrado o corpo da menina na tarde de terça-feira (4), pouco antes do crime ser descoberto.
Em entrevista coletiva, o delegado-titular da Delegacia de Homicídios, Jaime da Luz, disse que a polícia investiga outras pessoas, inclusive de outras regiões do estado, que têm antecedentes criminais em ocorrências semelhantes à da morte de Rachel. Segundo ele, estão sendo ouvidas testemunhas que tinham contato com a menina nas regiões da cidade por onde ela passava.
O delegado encerrou a coletiva informando que a investigação corre sob sigilo e que não pode divulgar mais detalhes sobre o caso.
Segundo o telejornal Paraná TV, a polícia visitou hotéis em busca de lençóis parecidos com o que foi encontrado dentro da mala com o corpo da menina. Também já foram analisadas cerca de 120 horas de imagens gravadas pelas câmeras externas da rodoviária e da área central, próxima ao colégio onde Rachel estudava. O trabalho, porém, não trouxe nenhuma pista para o caso.O computador que a menina usava para acessar a internet foi periciado, mas os policiais também não teriam encontrado nenhuma informação que ajudasse na investigação.
Nesta sexta-feira, uma mulher procurou a delegacia de homicídios para dizer que fez imagens com um celular dentro da rodoviária na madrugada que o corpo da menina foi encontrado, informou o telejornal. Na quinta-feira (6), policiais civis disseram à reportagem do telejornal que há dois suspeitos do assassinato, que seriam pessoas que conheciam o trajeto feito pela menina. A polícia acredita, no entanto, que apenas uma delas tenha cometido o crime.
Serviço
Quem tiver informações que possam ajudar nas investigações sobre o assassinato de Rachel pode entrar em contato com a Delegacia de Homicídios pelos telefones 3363-0121 e 3363-1518. A identidade do informante será mantida em sigilo.