O líder do Hamas Nizar Rayyan (centro) inspecionando um treinamento de militantes na Faixa de Gaza em setembro| Foto: Suhaib Salem / Reuters

Leia a cobertura completa desde o início da ofensiva na Faixa de Gaza:

Veja a repercussão desde o início dos conflitos:

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> Liga Árabe: Conselho de Segurança da ONU ignora ataque a Gaza

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O Exército israelense assumiu novas posições na Faixa de Gaza, nesta segunda-feira (5), retomou os bombardeios à região e dividiu o território em norte e sul, como parte de uma nova fase da ofensiva lançada há dez dias. Dezenas de ataques aéreos foram realizados por aviões e navios de guerra durante todo o dia. O alvo mais recente é o complexo de túneis subterrâneos ilegais que liga Faixa de Gaza e Egito. Só nesta segunda-feira pelo menos 40 palestinos morreram. Seis soldados israelenses ficaram feridos nos combates.

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Apesar da força dos bombardeios e da invasão por terra, iniciada no sábado, o grupo radical islâmico Hamas, usando bases móveis, continua lançando foguetes contra Israel, embora com intensidade menor que antes da invasão. O líder mais influente do Hamas em Gaza, Mahmoud al-Zahar, prometeu, em discurso transmitido por TV nesta segunda-feira, a "vitória" do movimento radical islâmico palestino contra Israel, que mantém os bombardeios por terra e por ar. A organização extremista disse que não pretende interromper o lançamento de foguetes Qassam e Grad.

"A vitória está chegando, com a vontade de Deus(...) Eles legalizaram que derrubemos suas sinagogas quando atingiram nossas mesquitas, legalizaram que derrubemos suas escolas quando atingiram nossas escolas", disse Zahar.

Foi o primeiro pronunciamento de Zahar desde o início da ofensiva Israel em Gaza, no dia 27 de dezembro. Ele acrescentou que Hamas "deve sentar as fundações para um amanhã sem sionistas".

O total de mortos palestinos passa de 550. No território israelense, ao menos cinco pessoas morreram. O governo de Israel também confirmou sua primeira baixa militar, com a morte de um soldado.

Por sua vez, Israel está intensificando a guerra pisológica, tentando fazer com que civis se voltem contra o Hamas em Gaza.

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"O Hamas o está usando como escudo humano. Não o ouça. O Hamas o abandonou e está escondido em seus abrigos", diz uma mensagem por telefone a palestinos.

A comunidade internacional continua pressionando Israel a interromper o ataque. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, chegou à região nesta segunda para negociar um novo cessar-fogo entre o país e o Hamas. Ele condenou a ação israelense ao se reunir com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, no Cairo, antes de seguir para Israel e os territórios palestinos.

Integrantes do Hamas estariam em contato com autoridades do Egito, que também tenta estabelecer uma trégua. Já o Irã pressionou o governo egípcio a ajudar os feridos na sua fronteira com Gaza e disse estar disposto a "qualquer medida" contra Israel e seus aliados.

A possibilidade de um novo acordo foi descartada por Israel no fim de semana. O ministro da Defesa, Ehud Barak, disse nesta segunda que o país ainda não atingiu seu objetivo na Faixa de Gaza, onde tenta combater o lançamento de foguetes do Hamas.

"O Hamas recebeu um duro golpe de nós, mas ainda não alcançamos nosso objetivo e, assim, a operação continua", disse Barak a uma rádio israelense. "O objetivo fundamental é mudar a realidade da segurança no sul (de Israel)" acrescentou.

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Ao menos nove civis morreram nas primeiras horas desta segunda, segundo fontes palestinas. Segundo uma agência das Nações Unidas, um quarto dos mortos confirmados até agora é civil. O ataque israelense por terra já teria deixado cerca de 70 mortos.

Israel rejeitou apelos da Europa pelo envio de observadores internacionacionais à Faixa de Gaza. A ministra das Relações Exteriores israelense, Tzipi Livni, disse em entrevista coletiva que não vê razão para a presença de uma força de observação e monitoramento na região.

Israel diz que permitirá entrada de ajuda e jornalistas em Gaza

A cidade de Gaza, a maior do território palestino invadido, está cercada por tanques e soldados israelenses desde domingo, quando a região havia sido dividida em duas partes, numa estratégia para cortar a comunicação entre membros do Hamas. A cidade continua sem energia elétrica. Nas ruas quase vazias, soldados israelenses continuam trocando tiros com combatentes do Hamas. Muitas pessoas procuraram se refugiar em abrigos ou em escolas das Nações Unidas.

O Exército israelense disse que está procurando os integrantes do Hamas de casa em casa. Numa delas, os moradores teriam tentado sequestrar um soldado. O objetivo da nova fase da operação israelense é encontrar e destruir a "infraestrutura terrorista". A Força Aérea atacou à noite uma mesquita, que estaria sendo usada para estoque de munição, e diversos túneis subterrâneos na fronteira com o Egito. Navios de guerra teriam destruído edifícios do Hamas localizados na costa. Tanques estariam se dirigindo à cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.

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Israel anunciou que permitiria a entrada em Gaza de 80 caminhões com suprimentos e 20 mil litros de combustível. O governo também anunciou que permitiria a entrada de jornalistas no território palestino, onde foram impedidos de acompanhar a ofensiva israelense. Seria o resultado de uma denúncia da Associação de Imprensa Estrangeira, que levou o Supremo Tribunal israelense a ordenar que Israel autorizasse a entrada de oito repórteres em Gaza.