Exame de DNA fica pronto em até 20 dias
A polícia solicitou um exame para comparar o DNA do suspeito com a mostra coletada junto do corpo de Rachel. O exame deve ficar pronto entre 7 a 20 dias, segundo o Instituto de Criminalística.
O chefe do laboratório do Instituto de Criminalística, Renato DallStell, relata que esse é o exame mais avançado para detectar a procedência de mostras biológicas. "O exame é complexo, mas sem possibilidade de erros", afirma o especialista.
Segundo DallStell, além deste exame, a polícia já havia solicitado outra comparação de DNA com o sangue coletado junto ao corpo de Rachel na semana passada.
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Delegados e representantes de pelo menos quatro repartições da Polícia Civil foram convocados na tarde desta segunda-feira (10) para participarem da investigação da morte da estudante Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, de 9 anos. O encontro se deu na Delegacia de Homicídios, que comanda as investigações desde o começo. O corpo de Rachel foi encontrado envolto por uma sacola plástica e um lençol dentro de uma mala,na madrugada de quarta-feira (5),na Rodoferroviária de Curitiba, com sinais de estrangulamento e violência sexual. Agora, além da Delegacia de Homicídios, investigam o caso policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) e Divisão de Narcóticos (Denarc) apesar desta última, a polícia não trabalha com a hipótese do autor do crime ser traficante. Cada especializada terá uma tarefa específica. O Serviço de Investigação de Criança Desaparecida (Sicride) já investigava o sumiço de Rachel, desde a véspera do assassinato, e continua no caso.
As três horas de reunião serviram para os delegados da Homicídios passarem aos policiais que se integraram ao caso um parecer das investigações. Nenhum policial da Homicídios se pronunciou oficialmente sobre a reunião. A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (Sesp) informa que cerca de cem policiais investigam o caso e nega ter sido montada uma força-tarefa para investigar o caso.
Das cinco divisões policiais, a única que falou à imprensa foi o Cope, considerada a elite da Polícia Civil do Paraná. O delegado titular da instituição, Miguel Stadler, afirma que nenhuma hipótese do caso pode ser descartada. "Muitas linhas (de investigação) serão vistas e revistas. Estamos batalhando contra o tempo com relação às provas, com relação à identificação e até mesmo com relação ao logradouro", disse Stadler.
Uma das linhas revistas é a que colocava culpa do assassinato de Rachel ao ex-presidiário Jorge Luiz Pedroso Cunha, de 52 anos, preso no domingo (9) em Itajaí, Santa Catarina. O suspeito apresentou um álibi e na sua ficha criminal constam ocorrências de diferente perfil. Mesmo assim, Cunha fica preso por outro crime de violência infantil, ocorrido em 2007 no litoral do Paraná. Uma amostra do sangue do suspeito foi enviada ao Instituto de Criminalística para um exame de DNA, que será confrontado com o material colhido de Rachel, para verificar se é ele o responsável pelo crime.
Outra possibilidade que volta à tona é a possibilidade de Rachel ter sido abusada por alguém já conhecido da criança. "Nossa experiência mostra que 85% dos casos de violência sofridas por crianças são feitas por pessoas próximas: pais, amigos, tios, padrastos, entre outros", conta o superintendente do Nucria, Luiz Augusto Dias de Souza. O Nucria passa a investigar todas as questões envolvendo as crianças amigas de Rachel e parentes. Os psicólogos e investigadores do núcleo estarão à disposição das investigações.
Hipótese
Investigadores que trabalham no caso, mas que não têm autorização para falar à imprensa e, por isso desejam o anonimato, estimam que os abusos aconteceram na casa do suspeito. A sacola que envolvia o corpo da vítima tinha um logotipo antigo de uma empresa. Outro indício que aponta para essa hipótese é o fato de investigadores não terem encontrado a mesma marca de lençol nos hotéis de alta rotatividade do Centro.
A polícia chegou a cogitar uma relação entre a morte de Rachel e Alessandra Subtil Betim, 8 anos, encontrada morta em um matagal na manhã desta segunda-feira (10) na cidade de Castro, região dos Campos Gerais. Uma equipe de policiais de Curitiba foi deslocada para a cidade do interior para averiguar essa hipótese, mas no final da tarde, a polícia afirmou que não há semelhança na maneira em que o assassinato foi praticado. Além disso, o suspeito descrito por crianças que presenciaram Alessandra ser abordada não teria nenhuma semelhança com o suspeito do caso Rachel.
Crime
Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina ia e voltava sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus, todos os dias. O desaparecimento já estava sendo investigado desde a segunda-feira (3) pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).
A mala foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual, por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do colégio e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram que a menina sofreu violência sexual.
O crime chocou família, amigos, e pais colegas da menina. Rachel cursava a 4ª série no e em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ela ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Este ano recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso.
O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30 de quinta-feira (6) no Cemitério do Santa Cândida. O sepultamento aconteceu debaixo de muita chuva, acompanhado por mais de 100 pessoas, entre amigos, colegas de escola e familiares.
Serviço
Quem tiver informações que possam ajudar nas investigações sobre o assassinato de Rachel pode entrar em contato com a Delegacia de Homicídios pelos telefones 3363-0121 e 3363-1518. A identidade do informante será mantida em sigilo.
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