Uma reunião do conselho responsável pelo programa de proteção à testemunha do Paraná define nesta quinta-feira (18) a inclusão dos quatro homens presos inicialmente como suspeitos pelo assassinato de Tayná Adriane da Silva, 14 anos. No encontro deve ser deliberado sobre a concessão de proteção a eles e, no caso de haver aprovação, como será feita a operação para garantir a sua segurança.

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Dependendo do entendimento do conselho, eles podem ser enviados para fora do estado. Nesta terça-feira (17), o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, relatou que, desde que foram soltos, na última segunda-feira (15), os quatro rapazes estão em um pouso provisório. No mesmo dia em que voltaram à liberdade, Andrey Salmazo Poubel, advogado de defesa deles, solicitou a entrada dos quatro no programa de proteção à testemunha do Paraná.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Justiça (Seju), depois que o pedido de inclusão é feito, é necessário que haja uma comunicação oficial ao órgão. A partir de então, a comissão do Programa Estadual de Proteção e Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas (Pró-vita) passa a atuar com um grupo interdisciplinar para a análise do caso para uma primeira triagem. Fazem parte dessa divisão profissionais como médicos, advogados e psicólogos.

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A partir do momento em que há a inclusão no programa, segundo a Seju, tudo é sigiloso. Não há informações sobre para onde as pessoas vão e é necessário aderir a uma série de regras para garantir a efetividade da proteção. A reunião que define os detalhes dessa inclusão está prevista para ocorrer durante a tarde desta quinta (18).

Pedido de prisão a policiais

Na última segunda-feira, o O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria da Polícia Civil pediram oficialmente à Justiça a prisão de policiais denunciados por supostas torturas ocorridas nas apurações da morte de Tayná. No total, foram encaminhados ao Juízo Criminal de Colombo 15 pedidos de prisão. Também foi solicitado o afastamento de nove agentes públicos.

Entenda o caso

A adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, desapareceu no dia 25 de junho quando voltava da casa de uma amiga, nas proximidades de um parque de diversões, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. O corpo da menina foi encontrado no dia 28 de junho. Três dos quatro suspeitos, presos no dia anterior, confessaram ter estuprado e matado Tayná. Um deles não teria participado diretamente do crime. No mesmo dia, o parque de diversões foi depredado e incendiado por moradores da região.

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No dia 2 de julho, a perita do Instituto de Criminalística, Jussara Joeckel, afirmou que a adolescente poderia não ter sido violentada, contrariando a tese inicial das investigações. Mesmo com as contradições, a Polícia Civil finaliza o inquérito no dia 5 de julho com a conclusão de que os quatro suspeitos estupraram e estrangularam a adolescente. Porém, no dia 9 de julho o resultado de exame de DNA indicou que o sêmen encontrado na calcinha da garota não é compatível com o material genético de nenhum dos quatro acusados.

Este laudo gerou uma mudança no comando da investigação policial do crime, que já contava, desde a conclusão do inquérito pela delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, com a participação do Ministério Público. O laudo também motivou uma visita da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR aos suspeitos, que relatavam que foram torturados pela polícia para confessar os crimes.

No dia 12, o MP afirmou que os indícios coletados relacionam os suspeitos presos ao crime. Mas, no dia 14, o promotor Paulo de Lima se manifestou em sentido contrário, afirmando que as provas presentes no inquérito não sustentam uma denúncia e pedindo a soltura dos suspeitos pelo crime. Nesse meio tempo, no dia 13, o até então advogado de defesa dos suspeitos presos, Roberto Rolim de Moura Junior, foi destituído, sendo substituído por Andrey Salmazo Poubel.

No dia 15, pela manhã, o ex-defensor afirmou que foi hostilizado durante o depoimento de seus então clientes na Sesp. No mesmo dia, durante a tarde, os quatro presos foram soltos e levados a um pouso provisório pelo Gaeco. Também no dia 15, foi feito o pedido de prisão preventiva de 15 policiais denunciados por supostas torturas ocorridas nas apurações da morte da adolescente.

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