Richa anunciou medidas na última semana
O governo do Paraná anunciou nesta sexta-feira (17) cinco medidas a serem tomadas para a prevenção de rebeliões no Sistema Penitenciário do Paraná. A informação foi divulgada por meio da página no Facebook do governador Beto Richa. As ações devem ser executadas pelas secretarias de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) e da Segurança Pública (Sesp). Leia matéria completa.
Terminou por volta das 10h30 desta segunda-feira (20) a rebelião na Penitenciária Estadual de Maringá, no Noroeste do Paraná. O motim durou aproximadamente 17 horas e acabou no instante em que as transferências de parte dos rebelados começaram a ser feitas. Os dois agentes feitos reféns foram liberados, ambos sem ferimentos graves.
Veja fotos da rebelião em Maringá
As remoções de 20 dos 57 amotinados era a principal reivindicação do grupo. A Secretaria de de Estado de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) disse que os deslocamentos serão feitos para o complexo de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (8), Londrina (8) e Foz do Iguaçu (4). Este foi o 22º caso de rebelião no sistema carcerário do estado desde o início do ano.
A rebelião tomou conta de uma galeria da penitenciária. O pedido de transferências já havia sido anunciado neste domingo (19) pelo governo. Na manhã desta segunda-feira, a juíza da Vara de Execuções Penais de Maringá (VEP), Jane dos Santos Ramos, afirmou que as solicitações já haviam sido analisadas, e que as remoções seriam feitas a partir das 10h30.
Em entrevista, a juíza negou que o líder da revolta fosse um preso transferido da Penitenciária de Cascavel (PEC), onde houve uma das maiores rebeliões do Paraná, em agosto. De acordo com ela, quem comandou o motim foi um detento de Curitiba, que queria retornar à capital porque sua mulher acabou de ter um filho.
O motim deste domingo começou após o período de visitas, quando os presos retornavam às celas. Detentos e agentes penitenciários entraram em luta corporal. Alguns dos servidores que conseguiram escapar tiveram perfurações nas mãos, causadas por estoques que estavam com os presos, segundo o agente e diretor sindical, Vilson Brasil. No momento, havia 10 agentes na galeria.
A capacidade total do presídio é de 374. Atualmente, o estabelecimento possui 400 presidiários. Os números são do site do governo do estado de transparência carcerária.
Logo após o fim da rebelião, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) informou que os agentes feitos reféns pelo grupo de presos passam bem.
Sindicato tem protesto marcado
O Sindarpen anunciou que vai realizar um protesto estadual, em Curitiba, no dia 22 de outubro, às 9 horas, em frente ao Palácio Iguaçu. A manifestação será "contra a atual maneira que vem sendo administrado o Sistema Penitenciário do Paraná." Em nota, em que divulga o evento, o sindicato diz que "algo deu errado e precisa ser revisto. Em 10 meses com essa de Maringá são 22 rebeliões e 45 agentes reféns." O documento também cita que o ato será para "pedir por mais segurança para trabalhar."
Rebelião em Guarapuava é a 22ª do ano; veja lista das outras 21
5 de janeiro de 2014 - Dezoito presos se amotinaram na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara. Durante uma hora eles negociaram transferência para o interior do estado. Um agente foi mantido refém pelos presos.
09 de janeiro de 2014 - Um agente penitenciário foi mantido refém por presos da Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II), na Região Metropolitana de Curitiba. Os presos pediam transferência para penitenciárias de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.
15 de janeiro de 2014 - Após três horas de motim, presas do Centro de Regime Semiaberto Feminino (Craf) de Curitiba libertaram duas agentes penitenciárias que foram feitas reféns. As detentas pediam melhorias em higiene e limpeza, além de tratamento semelhante ao que ocorre na Colônia Penal Agrícola (CPA), em Piraquara.
16 de janeiro de 2014 - Um agente penitenciário foi mantido refém durante 16 horas na PCE, em Piraquara. Os presos pediam transferências para Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu.
10 de fevereiro de 2014 - Vinte e quatro presos, que pediam transferência para outros presídios do estado, mantiveram um agente penitenciário como refém na PEP II. O agente foi libertado após cinco horas de negociações.
06 de março de 2014 - Presos que reivindicavam transferências para Londrina e Francisco Beltrão mantiveram por 15 horas dois agentes penitenciários como reféns na PEP I. As negociações duraram poucas horas, mas os presos se recusaram a viajar de noite, o que fez com que o motim terminasse somente após 15 horas.
10 de março de 2014 - Na PEP II, durante quatro horas um agente penitenciário ficou nas mãos de seis presos que pediam transferências para Guarapuava. Os presos foram transferidos e o agente liberado após negociação.
19 de março de 2014 - Dois agentes carcerários que escoltavam presos foram dominados pelos detentos na PEP I. Os presos libertaram os agentes após conseguirem transferência para cidades de origem. Foram 15 horas de negociação.
19 de março de 2014 - Também na PEP I, durante uma hora um agente foi dominado por presos que pediram transferência para Maringá, no Noroeste do Paraná.
16 de abril de 2014 - No Presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, foram oito horas de negociação até que os detentos libertaram um agente penitenciário. Os motivos da rebelião não foram informados, mas o presídio sofre com falta de vagas.
01 de maio de 2014 - Em Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, presos da Cadeia Pública do município se rebelaram e pediram transferência. Alguns deles foram colocados em liberdade, pois já haviam cumprido pena.
14 de julho de 2014 - Três agentes carcerários foram feitos reféns na cadeia pública de Telêmaco Borba. O motim durou cerca de 17 horas. Antes do motim, houve tentativa de fuga.
17 de julho de 2014 - Por 16 horas, presos da PEP II realizaram um motim. Quatro presos pediam transferência para Londrina. Um agente na penitenciária foi mantido sob domínio dos presos.
22 de julho de 2014 - Quatro presos se rebelaram e mantiveram um agente refém na PCE. Eles pediam transferência para outras unidades prisionais do Complexo Penitenciário de Piraquara (CCP).
22 de julho de 2014 - Na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu I (PEF I), no Oeste do Paraná, dois agentes foram mantidos sob domínio de dezesseis presos por seis horas. A exigência também era de transferência para outras unidades prisionais do estado.
24 de agosto - Na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), dois agentes penitenciários foram mantidos reféns por cerca de 45 horas. Cinco pessoas morreram no motim e outras 25 ficaram feridas no motim mais violento do Paraná dos últimos quatro anos.
9 de setembro - três agentes penitenciários foram mantidos como reféns por um grupo de 14 presos na cadeia pública de Guarapuava, na região Centro-Sul do Paraná. Os detidos concordaram em liberar os funcionários da prisão depois de acertar a transferência de 74 presos para outras penitenciárias do estado. O motim terminou sem feridos nem mortos.
10 de setembro - 77 presos foram transferidos da Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste (PECO), no Noroeste do Paraná, depois de um motim de 18 horas. Foram 13 reféns, sendo 12 presos e um agente penitenciário.
12 de setembro - presos do bloco 3 da Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II), na Região Metropolitana de Curitiba, mantiveram dois agentes penitenciários reféns por 25 horas. Após o acerto de transferências, agentes e presos que também eram mantidos reféns foram liberados e ninguém ficou ferido.
16 de setembro - um segundo motim ocorreu em um intervalo de menos de uma semana na Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II). Dois agentes penitenciários foram feitos reféns durante mais de 30 horas, período em que a rebelião perdurou. O principal motivo da revolta era o medo que os presos rebelados têm de detentos de uma facção rival. Ninguém ficou ferido.
13 de outubro - uma rebelião de mais 48 horas ocorreu na Penitenciária Estadual de Guarapuava (PIG), com 10 agentes reféns. Todo o complexo foi tomado pelos detentos, que subiram no telhado do prédio e chegaram a jogar alguns dos reféns da parte superior da PIG. Ninguém teve ferimentos graves e a rebelião chegou ao fim depois que transferências para parte dos presos foi acertada.
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